quinta-feira, 17 de outubro de 2013

como correr em diferentes superfícies afecta o seu corpo


Diversos tipos de superfícies para correr podem stressar o corpo e os pés de diversos modos, trabalhar diferentes músculos ou articulações, solicitando diferentes posições e posturas e causando dores diversas. A biomecânica da corrida varia dependendo se a superfície ser dura ou mole, plana ou inclinada. Deste modo, os corredores têm de modificar estilo e energia para se adaptar ao meio.



Correr em superfícies naturais: relva, terra, areia

Muitos corredores preferem atmosferas naturais e vão correr para trilhos florestais, parques relvados ou estradas de terra. Relva, terra e areia fornecem superfícies instáveis aos corredores, o que permite ao corpo trabalhar toda a gama de músculos, articulações e tendões para um exercício mais desafiante e completo. No entanto, este tipo de superfícies obriga a uma concentração e consciência extremas, por forma a prevenir quedas, tornozelos torcidos e lesões.

Superfícies naturais são normalmente mais moles e reduzem o esforço nas articulações, argumentam os médicos.


Correr em superfícies construídas: passeios de cimento, asfalto, empedrado, borracha, tapete

Superfícies de asfalto e cimento, especialmente quando recentes, oferecem aos corredores um piso suave, mas duro. Superfícies duras antigas, por outro lado, apresentam rachas, buracos e pontos de desgaste que podem representar surpresas desagradáveis. A rigidez também tem tendência a ser agressiva com os joelhos e pés.

O cimento é a superfície mais dura e os especialistas do Woman´s Sports Medicine Center de Nova Iorque recomendam que se evite completamente este tipo de piso. Se os corredores optam por correr em cimento devem ter sapatos com o máximo de amortecimento e suporte, por forma a evitar aterrar com grande impacto. Médicos especialistas em desporto alertam que grandes impactos em pisos de cimento podem ser suficientemente fortes para estilhaçar células sanguíneas e reduzir a quantidade de oxigénio que o sangue consegue transportar aos órgãos. Além disso, a rigidez do piso pode levar a que os corredores fiquem mais vulneráveis a lesões nas canelas.

Enquanto o asfalto é menos arriscado que o cimento, também pode contribuir para agravar problemas nas canelas e fracturas por stress. Estradas de asfalto devem ser usadas com o máximo cuidado pois podem ser serpenteantes e expor os corredores a curvas perigosas e trânsito, bem como a fumos de exaustão dos veículos.

Empedrado e borracha são escolhas preferíveis relativamente aos anteriores pois representam menor pressão para as articulações. Apesar de serem também consideradas superfícies duras, os médicos afirmam que os corredores instintivamente adaptam a rigidez das pernas para evitar colisão violenta com este tipo de pisos.


Então, qual das superfícies é melhor?

Em última análise a superfície que é melhor para si depende da sua preferência pessoal e do seu nível de conforto e personalidade. No entanto, alguns relatórios médicos podem servir como argumento.


Relva tem boa cotação

Em Abril de 2012 um relatório do departamento de Ciências Desportivas e Educação Física da Universidade de Hong Kong chegou à conclusão que correr em superfícies naturais, particularmente relva, resulta em menor pressão na fáscia plantar, um ligamento na parte debaixo dos pés que muitas vezes pode inflamar e conduzir a uma condição dolorosa conhecida como fascite plantar.

Relva e trilhos de terra reúnem o maior número de recomendações por parte dos especialistas, desde que os corredores escolham aqueles em que não existam demasiadas pedras soltas, detritos e raízes.


Tapetes podem ser stressantes

Experiências realizadas na Universidade do Michigan concluíram que os corredores têm de flectir os joelhos mais seis graus quando correm em tapete, comparativamente com outras superfícies; também os tornozelos são sujeitos a uma maior flexão. Adicionalmente, corredores de tapete correm com mais força e fazem-no numa posição não natural do corpo. Estas diferenças são atribuídas à cinta de movimento dos tapetes de corrida.

Os investigadores descobriram também que os batimentos cardíacos são mais elevados e o nível de fadiga é maior na corrida de tapete do que em superfícies não móveis.


Fisiologista desafia teoria de superfícies naturais serem melhores

Enquanto muitos médicos advogam a corrida em superfícies naturais, um fisiologista, Hirofumi Tanaka, da Universidade do Texas, discorda. Ele alega que as superfícies irregulares de terra ou outras superfícies suaves apresentam demasiados riscos e insiste que os corredores obteriam melhores resultados em pisos lisos e duros.



Como a maioria dos corredores se aborrece se correr sempre no mesmo tipo de piso, não há qualquer problema em ir variando a superfície, desde que o cimento seja usado muito raramente e os sapatos de corrida estejam em bom estado. Alternar superfícies ensina o corpo a adaptar-se e ajuda a evitar lesões provocadas pela repetição.



(tradução deste artigo)
 

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