Diversos
tipos de superfícies para correr podem stressar o corpo e os pés de diversos
modos, trabalhar diferentes músculos ou articulações, solicitando diferentes
posições e posturas e causando dores diversas. A biomecânica da corrida varia
dependendo se a superfície ser dura ou mole, plana ou inclinada. Deste modo, os
corredores têm de modificar estilo e energia para se adaptar ao meio.
Correr em superfícies
naturais: relva, terra, areia
Muitos
corredores preferem atmosferas naturais e vão correr para trilhos florestais,
parques relvados ou estradas de terra. Relva, terra e areia fornecem
superfícies instáveis aos corredores, o que permite ao corpo trabalhar toda a
gama de músculos, articulações e tendões para um exercício mais desafiante e
completo. No entanto, este tipo de superfícies obriga a uma concentração e
consciência extremas, por forma a prevenir quedas, tornozelos torcidos e
lesões.
Superfícies
naturais são normalmente mais moles e reduzem o esforço nas articulações,
argumentam os médicos.
Correr em superfícies construídas:
passeios de cimento, asfalto, empedrado, borracha, tapete
Superfícies
de asfalto e cimento, especialmente quando recentes, oferecem aos corredores um
piso suave, mas duro. Superfícies duras antigas, por outro lado, apresentam
rachas, buracos e pontos de desgaste que podem representar surpresas
desagradáveis. A rigidez também tem tendência a ser agressiva com os joelhos e
pés.
O
cimento é a superfície mais dura e os especialistas do Woman´s Sports Medicine
Center de Nova Iorque recomendam que se evite completamente este tipo de piso.
Se os corredores optam por correr em cimento devem ter sapatos com o máximo de
amortecimento e suporte, por forma a evitar aterrar com grande impacto. Médicos
especialistas em desporto alertam que grandes impactos em pisos de cimento
podem ser suficientemente fortes para estilhaçar células sanguíneas e reduzir a
quantidade de oxigénio que o sangue consegue transportar aos órgãos. Além disso,
a rigidez do piso pode levar a que os corredores fiquem mais vulneráveis a lesões
nas canelas.
Enquanto
o asfalto é menos arriscado que o cimento, também pode contribuir para agravar
problemas nas canelas e fracturas por stress. Estradas de asfalto devem ser
usadas com o máximo cuidado pois podem ser serpenteantes e expor os corredores
a curvas perigosas e trânsito, bem como a fumos de exaustão dos veículos.
Empedrado
e borracha são escolhas preferíveis relativamente aos anteriores pois
representam menor pressão para as articulações. Apesar de serem também
consideradas superfícies duras, os médicos afirmam que os corredores
instintivamente adaptam a rigidez das pernas para evitar colisão violenta com
este tipo de pisos.
Então, qual das
superfícies é melhor?
Em
última análise a superfície que é melhor para si depende da sua preferência
pessoal e do seu nível de conforto e personalidade. No entanto, alguns
relatórios médicos podem servir como argumento.
Relva tem boa cotação
Em
Abril de 2012 um relatório do departamento de Ciências Desportivas e Educação
Física da Universidade de Hong Kong chegou à conclusão que correr em
superfícies naturais, particularmente relva, resulta em menor pressão na fáscia
plantar, um ligamento na parte debaixo dos pés que muitas vezes pode inflamar e
conduzir a uma condição dolorosa conhecida como fascite plantar.
Relva
e trilhos de terra reúnem o maior número de recomendações por parte dos
especialistas, desde que os corredores escolham aqueles em que não existam
demasiadas pedras soltas, detritos e raízes.
Tapetes podem ser
stressantes
Experiências
realizadas na Universidade do Michigan concluíram que os corredores têm de
flectir os joelhos mais seis graus quando correm em tapete, comparativamente
com outras superfícies; também os tornozelos são sujeitos a uma maior flexão.
Adicionalmente, corredores de tapete correm com mais força e fazem-no numa
posição não natural do corpo. Estas diferenças são atribuídas à cinta de
movimento dos tapetes de corrida.
Os
investigadores descobriram também que os batimentos cardíacos são mais elevados
e o nível de fadiga é maior na corrida de tapete do que em superfícies não
móveis.
Fisiologista desafia
teoria de superfícies naturais serem melhores
Enquanto
muitos médicos advogam a corrida em superfícies naturais, um fisiologista,
Hirofumi Tanaka, da Universidade do Texas, discorda. Ele alega que as
superfícies irregulares de terra ou outras superfícies suaves apresentam
demasiados riscos e insiste que os corredores obteriam melhores resultados em
pisos lisos e duros.
Como
a maioria dos corredores se aborrece se correr sempre no mesmo tipo de piso,
não há qualquer problema em ir variando a superfície, desde que o cimento seja
usado muito raramente e os sapatos de corrida estejam em bom estado. Alternar
superfícies ensina o corpo a adaptar-se e ajuda a evitar lesões provocadas pela
repetição.
Fonte:
www.runaddicts.net
(tradução
deste artigo)
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