domingo, 27 de outubro de 2013

o primeiro relato de alguém que se iniciou há pouco na corrida

O texto que se segue é o relato de uma amiga que recentemente abraçou uma nova paixão: a corrida.  


De que estão à espera para também começar a fazer desporto?



"“Eu, você, nós…5”

Há já alguns dias que andava a matutar sobre escrever alguma coisa acerca do meu mais recente interesse: a corrida. Comecei – não consigo ser precisa no mês, mas penso que em Abril deste ano – motivada por um relato num desses blogues que as mulheres leem, onde alguém escrevia “tenho de fazer exercício, os meus horários são complicados, mas o que tem de ser tem muita força, por isso, vou ao ginásio às 7 da manhã”. Ao ler isto, depois de ter pensado em inúmeros sinónimos para esta pessoa, no mínimo, extravagante, comecei a pensar que até seria uma boa ideia fazer alguma coisa de manhã, enquanto uns estão a 0% (a dormir) e outros a 100% (na correria para os trabalhos). Devagar, devagarinho…foi assim que comecei; sem maçar mais quem lê, saquei da net um programa de treino para correr 5km; já passei os 5km, estou nos 10km. Ao fim de 3 meses de treinos, “você” juntou-se a mim, mas só depois de esperar para ver no que o meu súbito espírito madrugador iria dar.

Entretanto, um dos meus maiores preconceitos era não compreender o porquê de tanta gente gostar de correr em público e ainda por cima em manada. Logo, para mim, participar numa prova esteve sempre fora de questão…até que num jantar de amigos, os protagonistas da P&A Team lançaram-nos o desafio…”Corrida no Parque à Noite, vai ser giro, uma coisa diferente, pirilampos no parque da cidade”, “porque não?”. 5 de Outubro lá estávamos: eu, você, nós 5 (o 5ºelemento é um amigo que também lhe tomou o gosto). Foi divertido…estou convencida.

Hoje, domingo, a hora mudou, acordei cedo, ainda mais cedo porque vamos (eu e você), participar numa prova de 10km. Quem diria!?


Obrigada Pedro e Anita, pela partilha da vossa experiência e pelo acolhimento na P&A Team. De repente, vocês são 5.

“Escrito depois”: falhou-me um pequeno grande pormenor neste relato: sempre detestei correr, corria por obrigação…tal deixou de acontecer, agora corro por prazer, é o meu momento do dia."

Sílvia Alves

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

já conhece o CxTR?

"O Cantanhede Xtmas Trail Race é uma prova desportiva de trail running" que se irá realizar em 14 de Dezembro de 2013 e que "contempla um percurso com circulação urbana (Praça Marquês de Marialva, Parque Verde de São Mateus, rua Heróis do Ultramar, Rua António José de Almeida, Rua Eça de Queiroz…) e um percurso natural “paralelo” à EN234-1 (Cantanhede-sul) com passagens previstas pelas imediações ou pelo centro nevrálgico das localidades de Póvoa da Lomba, Pena, Portunhos  e Cordinhã.
Uma grande variedade de elementos (asfalto, q.b.; singletracks; estradões; barreiras naturais…), em zonas predominantemente de floresta  (autóctone e outra), de pedra calcária  (d’Ançã) e de vinhedo, são essas as características que os/as atletas (e pessoas acompanhantes/visitantes) vão poder encontrar."


clique na imagem para aceder ao site oficial


pode também visitar e seguir a página de facebook do projecto


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

já conhece o projecto Correr o Mundo?


“Correr o Mundo é um projecto criado com o objectivo de ligar corredores de língua portuguesa, em todo o mundo, através de um espaço de partilha de experiências e informação sobre tudo o que vai acontecendo no mundo das corridas. A nossa missão é motivar experiências pessoais saudáveis para corredores de língua portuguesa em todo o mundo.”
http://correromundo.com/

Nós seguimos este projecto há algum tempo e recentemente tiveram a amabilidade de nos colocar algumas questões, que respondemos com todo o gosto. 

Visitem o site e aproveitem para espreitar as nossas respostas.


clique na imagem para ver as nossas respostas

btt solidário bombeiros voluntários póvoa de varzim (13 de outubro)

O Btt solidário Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim era, mais que um passeio de bicicleta pelos trilhos daquela região, uma forma de angariação de fundos para ajudar a instituição em causa, pois a totalidade do valor de inscrição (5€/pessoa) seria para lhes entregar. Nós decidimos aproveitar para ajudar enquanto íamos, mais uma vez, ter oportunidade de pedalar em locais fantásticos, que já conhecíamos de outros passeios. E, como nós, mais gente se quis juntar, e ainda bem, pois assim foi possível angariar 2000€ que foram entregues, via cheque simbólico, no final do passeio, ao comandante da corporação.

Chegámos cedo ao local da partida, o estádio municipal, pois ainda não tínhamos os nossos dorsais e não queríamos correr o risco de ter de tratar de tudo apressadamente. Por isso, com toda a calma, fomos ao secretariado tratar disso e depois, com todo o tempo, fomos retirando as bicicletas do carro e preparando-nos a nós também. Ainda deu tempo para conversar e tirar umas fotos.


Tivemos, por isso, de aguardar pela partida, que foi dada apenas dez minutos depois da hora marcada e sem grandes confusões. Foi bastante agradável ver famílias inteiras a pedalar, crianças incluídas, pois mesmo sendo o percurso principal de 30 km´s feito em ritmo de passeio, e não de competição, e não apresentar grandes dificuldades, a organização marcou um segundo percurso de apenas 15 km´s e ainda mais simples de fazer.

Não estava sol mas nesta altura o clima ainda estava bom, sem frio apesar de um pouco encoberto. Apenas dez minutos depois de iniciarmos, reparámos que o céu começava a estar mais escuro, sobretudo na direcção para onde seguíamos. E, sem surpresa, cinco minutos depois começam a cair os primeiros pingos. Nesta fase decidimos continuar, esperando que fosse apenas um pequeno aguaceiro.


O passeio foi seguindo, sempre em trilhos de terra muito rolantes, em que as maiores dificuldades foram apresentadas pela lama que se apresentava, reflexo ainda das chuvas das semanas anteriores, mas agora ajudada também pela chuva que caia cada vez mais. Decidimos, ao fim de cerca de meia hora, parar para vestir os impermeáveis, pois não só a chuva persistia como também começávamos a sentir algum frio.

Esta paragem fez com que nos atrasássemos em relação ao grosso do grupo, ficando apenas na companhia de alguns participantes que, como nós, tinham feito paragens, ou que, por qualquer motivo, vinham mais lentamente ainda. Mas isto não representou qualquer problema pois todo o percurso estava bem marcado e facilmente o seguimos.

Todo, viemos a descobrir que não. O que estava programado era fazer a junção dos dois grupos que tinham feito os diferentes percursos numa estalagem já perto da cidade, para depois todo o grupo se dirigir ao quartel dos bombeiros, onde seria o final do passeio. No entanto, devido à forte chuva que entretanto começou a cair, para que os que tinham andado mais rápido não ficassem parados à espera, decidiram ir andando para o quartel. Ficou gente junto à referida estalagem para avisar todos os restantes participantes, que iam chegando assiduamente, que teriam de seguir. O problema revelou-se aqui. O percurso até ao quartel não estava marcado, pois deveria ser guiado. O que levou a que algumas pessoas, como foi o nosso caso, fossem seguindo outros, mas sem saber se eles saberiam o caminho. A determinada altura, perguntamos a um grupo se sabiam o caminho, e indicaram-nos que sim, e que podíamos ir com eles, mas seguiram com tal ritmo que não nos foi possível fazê-lo.


Fomos andando pela marginal da Póvoa, na esperança de encontrar alguém ou vermos alguma indicação direccional para o quartel. Não encontrávamos e, como chovia cada vez mais e estava cada vez mais vento, decidimos virar para uma avenida em direcção ao interior, para nos dirigirmos ao local onde tínhamos o carro e dar por terminado o nosso passeio, sem ir ao quartel dos bombeiros nem aproveitar o pequeno lanche que estaria preparado ou assistir à entrega do donativo angariado.

Por acaso, nesta avenida, avistámos um rapaz que tinha na bicicleta um dorsal do passeio e que, sendo da zona, conhecia o caminho (incluindo um atalho) que nos permitiu lá chegar e, assim, concluir todo o passeio previsto. Chegados ao quartel, pudemos então comer uma fatia quentinha de bolo, fazer a foto final e conviver um pouco, antes de começarmos a sentir o frio normal de quem estava todo molhado.



Decidimos então fazer o percurso de regresso ao ponto inicial, cerca de 3 km´s, para guardar as bicicletas no carro e poder usufruir dos banhos quentes nos balneários com excelentes condições do estádio municipal.

Depois, o regresso a casa para almoço e uma tarde de descanso, desta vez apenas a ver a chuva cair lá fora sem termos de levar com ela!

como correr em diferentes superfícies afecta o seu corpo


Diversos tipos de superfícies para correr podem stressar o corpo e os pés de diversos modos, trabalhar diferentes músculos ou articulações, solicitando diferentes posições e posturas e causando dores diversas. A biomecânica da corrida varia dependendo se a superfície ser dura ou mole, plana ou inclinada. Deste modo, os corredores têm de modificar estilo e energia para se adaptar ao meio.



Correr em superfícies naturais: relva, terra, areia

Muitos corredores preferem atmosferas naturais e vão correr para trilhos florestais, parques relvados ou estradas de terra. Relva, terra e areia fornecem superfícies instáveis aos corredores, o que permite ao corpo trabalhar toda a gama de músculos, articulações e tendões para um exercício mais desafiante e completo. No entanto, este tipo de superfícies obriga a uma concentração e consciência extremas, por forma a prevenir quedas, tornozelos torcidos e lesões.

Superfícies naturais são normalmente mais moles e reduzem o esforço nas articulações, argumentam os médicos.


Correr em superfícies construídas: passeios de cimento, asfalto, empedrado, borracha, tapete

Superfícies de asfalto e cimento, especialmente quando recentes, oferecem aos corredores um piso suave, mas duro. Superfícies duras antigas, por outro lado, apresentam rachas, buracos e pontos de desgaste que podem representar surpresas desagradáveis. A rigidez também tem tendência a ser agressiva com os joelhos e pés.

O cimento é a superfície mais dura e os especialistas do Woman´s Sports Medicine Center de Nova Iorque recomendam que se evite completamente este tipo de piso. Se os corredores optam por correr em cimento devem ter sapatos com o máximo de amortecimento e suporte, por forma a evitar aterrar com grande impacto. Médicos especialistas em desporto alertam que grandes impactos em pisos de cimento podem ser suficientemente fortes para estilhaçar células sanguíneas e reduzir a quantidade de oxigénio que o sangue consegue transportar aos órgãos. Além disso, a rigidez do piso pode levar a que os corredores fiquem mais vulneráveis a lesões nas canelas.

Enquanto o asfalto é menos arriscado que o cimento, também pode contribuir para agravar problemas nas canelas e fracturas por stress. Estradas de asfalto devem ser usadas com o máximo cuidado pois podem ser serpenteantes e expor os corredores a curvas perigosas e trânsito, bem como a fumos de exaustão dos veículos.

Empedrado e borracha são escolhas preferíveis relativamente aos anteriores pois representam menor pressão para as articulações. Apesar de serem também consideradas superfícies duras, os médicos afirmam que os corredores instintivamente adaptam a rigidez das pernas para evitar colisão violenta com este tipo de pisos.


Então, qual das superfícies é melhor?

Em última análise a superfície que é melhor para si depende da sua preferência pessoal e do seu nível de conforto e personalidade. No entanto, alguns relatórios médicos podem servir como argumento.


Relva tem boa cotação

Em Abril de 2012 um relatório do departamento de Ciências Desportivas e Educação Física da Universidade de Hong Kong chegou à conclusão que correr em superfícies naturais, particularmente relva, resulta em menor pressão na fáscia plantar, um ligamento na parte debaixo dos pés que muitas vezes pode inflamar e conduzir a uma condição dolorosa conhecida como fascite plantar.

Relva e trilhos de terra reúnem o maior número de recomendações por parte dos especialistas, desde que os corredores escolham aqueles em que não existam demasiadas pedras soltas, detritos e raízes.


Tapetes podem ser stressantes

Experiências realizadas na Universidade do Michigan concluíram que os corredores têm de flectir os joelhos mais seis graus quando correm em tapete, comparativamente com outras superfícies; também os tornozelos são sujeitos a uma maior flexão. Adicionalmente, corredores de tapete correm com mais força e fazem-no numa posição não natural do corpo. Estas diferenças são atribuídas à cinta de movimento dos tapetes de corrida.

Os investigadores descobriram também que os batimentos cardíacos são mais elevados e o nível de fadiga é maior na corrida de tapete do que em superfícies não móveis.


Fisiologista desafia teoria de superfícies naturais serem melhores

Enquanto muitos médicos advogam a corrida em superfícies naturais, um fisiologista, Hirofumi Tanaka, da Universidade do Texas, discorda. Ele alega que as superfícies irregulares de terra ou outras superfícies suaves apresentam demasiados riscos e insiste que os corredores obteriam melhores resultados em pisos lisos e duros.



Como a maioria dos corredores se aborrece se correr sempre no mesmo tipo de piso, não há qualquer problema em ir variando a superfície, desde que o cimento seja usado muito raramente e os sapatos de corrida estejam em bom estado. Alternar superfícies ensina o corpo a adaptar-se e ajuda a evitar lesões provocadas pela repetição.



(tradução deste artigo)