segunda-feira, 12 de maio de 2014

trail de Lagares (6 de abril)

Depois de uma prova de estrada, de onde estávamos ausentes há algum tempo, era novamente tempo de participar num trail. Infelizmente, por motivos profissionais, a Anita teria de ficar em Lisboa durante o fim de semana e, por isso, não me poderia acompanhar a Lagares, Penafiel, para o 2º Grande Trail.

As distâncias propostas pela organização eram 35, 21, 14 e uma caminhada de 5 km. A opção desta vez recaiu sobre a distância mais curta para a corrida. 

Como sempre, a manhã começou bem cedo para ter tudo tratado antes de iniciar a viagem que demoraria, segundo o gps, cerca de 45 minutos. Assim, pelas 8h15 estava já a dirigir-me ao secretariado para fazer o pagamento (esta organização aceitou todas as inscrições online mas o pagamento era apenas efectuado no próprio dia) e levantar o meu kit de participante. Contrariamente ao que se poderia prever, esta operação não foi demorada, graças à boa organização dos diferentes balcões e eficiência dos elementos a trabalhar. 


De volta ao carro, calmamente preparar tudo e colocar o equipamento em falta para me dirigir ao controle zero e local de partida, enquanto via chegar mais participantes, cumprimentava amigos e conhecidos e ia tentando decidir sobre que roupa levar, tendo em conta alguma indefinição do tempo, pois se era certo que não choveria e, naquele local onde nos encontrávamos, estava um pouco de sol, permaneciam no céu umas quantas nuvens e corria uma ligeira brisa, o que não permitia com rigor perceber se bastava uma t-shirt ou se seria necessário também um corta vento. Acabei por arriscar não levar o corta vento, o que se veio a revelar a opção acertada, pois apenas numa pequena parte, mais densa de vegetação e num momento em que o sol se escondeu por algum tempo, senti um pouco menos de calor (sim, porque não posso dizer que cheguei a sentir frio).

A partida deu-se em simultâneo para todos os percursos, o que a mim em particular não me fez confusão, até porque, estando muita gente, não eramos em demasia, mas vi algumas pessoas a queixarem-se disso no final. No entanto, acredito que aqueles que são efectivamente rápidos e procuram tempos de prova baixos e/ou lugares para prémios, também não são afectados por isso, pois partem sempre da frente e passam nos primeiros estreitamentos antes do resto da «confusão».

Nem 500 metros após a partida entrávamos logo no monte, de onde praticamente nunca se saía ao longo do percurso. Foram realmente muito poucas as vezes que pisámos alcatrão e sempre para atravessar estradas por forma a entrar em novos trilhos.


Com a entrada no monte começava também o percurso ascendente, que se ia prolongar por alguns km. O desnível acumulado para este percurso, não sendo demasiado, era na sua maioria efectuado antes do meio da prova. E, mais tarde, um final bem difícil….

Quase sempre em trilhos estreitos, os single tracks, e com quase todo o grupo ainda bastante junto, os primeiros km foram feitos praticamente sempre em fila, apenas dando para passar concorrentes mais lentos (onde me incluo, claro, pois houve quem fosse passando por mim, da mesma forma que eu fui passando por outros) em alguns locais um pouco mais largos.

A beleza dos locais, as paisagens algumas vezes inacreditáveis, o facto de ir sempre vendo pessoas e a música que levava nos ouvidos faziam com que nem desse conta da passagem dos km. Apenas a chegada ao abastecimento, animado e sobretudo bem recheado, me fez ter noção do percurso já feito e ter aquela sensação de que a partir dali estaria já na contagem decrescente.


Aqui fazia-se também a divisão de percursos, pelo que a massa humana que fui encontrando foi cada vez menor, facto para o qual também contribui, claro, o acumular de km. Os corredores eram menos mas, em compensação, íamos cruzando com o percurso da caminhada, que tem sempre pessoas bem dispostas e que vão dando uma palavra de incentivo.

Mais uns singles no meio de campos, mais uns locais bonitos e mais umas dificuldades sempre ultrapassadas com o espirito de quem se propõe a superar mais um desafio. A determinada altura, os percursos voltavam a juntar-se, pois começaram a passar por mim alguns participantes mais rápidos e com o dorsal da distância maior.

Nestas situações devem imperar as regras da educação, do bom senso e da cortesia. Se vem atrás um corredor mais rápido ou em competição, devemos dar-lhe a prioridade. Mas esse corredor também deverá ter a responsabilidade de avisar, solicitar a passagem e agradecer. Há um mínimo que se exige. E o limite que nunca deve ser ultrapassado é o de não colocar ninguém em risco apenas porque se é mais rápido ou se quer ficar a frente de alguém.

vista parcial da subida final (foto tirada de cima)

Focalizo neste ponto porque desta vez, infelizmente, fui alvo de um concorrente que não era suficientemente capaz para ter este carácter e ser merecedor do respeito de todos. Numa escada estreita, com uma altura de cerca de 1,5 m e sem qualquer protecção de um dos lados, sem nenhum aviso agarra-me num braço para me afastar para a esquerda e passar por mim. Assim mesmo, sem algum respeito ou cuidado comigo nem com aminha segurança. Imediatamente tive uma reacção de soltar o meu braço (mesmo que me tivesse alertado jamais me deveria agarrar) e consegui equilibrar-me, não caindo das escadas. Já em cima, no single track que se seguia, encostei-me para o deixar passar não sem antes lhe deixar o recado sobre a sua má actuação (e só apenas neste momento disse um “desculpa”,). Lamento não ter visualizado o seu número de dorsal, pois gostaria de o identificar para lhe fazer chegar esta e outras mensagens e especialmente para poder ter um diálogo pedagógico com ele sobre comportamento desportivo, além de poder ficar alerta para outros eventos.

Depois desta situação, continuei o meu caminho em direcção ao final, passando por rochas, água e pequenos pedaços de terra onde mal cabia o pé, avançando lentamente até avistar a ingreme e difícil subida em terra solta e lama que levava à estrada que era necessário atravessar para cortar a meta e terminar mais uma aventura de corrida off road, recebendo um dos prémios de participação mais bonito que já tivemos oportunidade de obter.


Com o sol quentinho a bater e a retemperar forças, era altura de comer uma fruta e hidratar no bom abastecimento final para depois me dirigir aos excelentes balneários para um banho quente e vestir uma roupa seca para assistir à chegada dos amigos que tinham participado na distância mais longa, antes de voltar a casa após mais uma fantástica manhã de desporto e aventura, esta paixão saudável.

o bonito prémio de finisher
  

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