Passava
pouco das 7h30 quando nos pusemos a caminho de S. João de Ver, onde iriamos
participar numa etapa do evento “uma aventura em”.
A
manhã estava fria, nebulosa e, a determinada altura, começou a chover. Perante
tudo isto, acrescido ao cansaço de uma noite mal dormida e ao sono de ser tão
cedo, brincávamos: “mas quem é que se mete nestas coisas?”, “podiamos estar tão
bem em casa” ou “agora percebemos as pessoas que dizem que quem faz isto é
maluquinho”.
Estas
brincadeiras fizeram a viagem passar rapidamente, ainda que também não era
longe, e chegámos ao ponto de partida/chegada desse evento um pouco depois das
8h.
(no final do percurso btt)
Já
fizemos corrida, btt, orientação, mas nada nos podia fazer prever como seria
esta aventura, que combinava orientação pedestre com tempo limite, seguida de
ori btt também cronometrado e com tempo máximo. A verdade é que fomos com o
objectivo de ver como era e não nos assustava o que se poderia passar. Se
conseguíssemos, muito bem, senão pelo menos tínhamos tentado.
Fomos
bem recebidos, por uma organização esforçada e cheia de boa vontade, com
pessoas de valor e voluntariosas. O ambiente era de amizade entre quase todos
os participantes, pois parecia-nos que todos se conheciam.
Preparamos
tudo – as bicicletas e restante material para o btt tinham de já ficar
preparadas no parque de partida/chegada, que funcionaria também como parque de
transição – e depois foi aguardar pela hora marcada para o início (que atrasou
15 minutos em relação ao previsto) enquanto ouvíamos as recomendações do
speaker oficial.
A
parte pedestre desta orientação não nos correu pelo melhor. Apesar de nos
sentirmos bem, em termos físicos, de nos termos divertido e de termos andado
por sítios muito bonitos, a verdade é que cometemos um pequeno erro, tendo
andado alguns km´s num sentido oposto ao que devíamos, o que levou a que apenas
marcássemos 4 pontos antes de começarmos a voltar ao ponto inicial, por forma a
tentarmos não penalizar no tempo, o que conseguimos.
(um dos ponto de passagem)
No
ori btt as coisas foram semelhantes, ainda que por outros motivos. Fisicamente
estivemos melhor – confirma-se que lidamos melhor com a bicicleta do que com a
corrida – encontrámos mais pontos (8) mas sentimos mais dificuldades na
orientação propriamente dita. Não nos perdemos nem cometemos quaisquer erros,
mas o que se passa é que sentimos mais dificuldade em coordenar a leitura do
mapa com o andamento da bicicleta. Se por um lado é verdade que não temos o
material adequado ao ori btt, particularmente o suporte de guiador para o mapa,
o que nos dificulta um pouco, a análise que fazemos leva-nos a concluir que a
nossa principal dificuldade se prende com o facto de, ao andar de bicicleta,
tudo se passar mais rápido que no pedestre, o que leva a que se atinjam pontos
do mapa com maior rapidez, levando a que várias vezes tenha sido necessário
parar para confirmar o local onde estávamos e, também em diversos momentos,
termos sido obrigados a voltar um pouco atrás pois já tínhamos passado o local
de viragem. Nesta parte do percurso acabámos com uma pequena penalização por
excesso de tempo.
No
final, arrumar tudo na carrinha, banhos e depois regresso a casa com o
sentimento de que somos capazes de fazer uma aventura destas, mas que temos de
melhorar em alguns aspectos, nomeadamente tomada de decisões mais rápidas na
leitura dos mapas (por termos tempo limite não nos podemos dar ao luxo de
perder muito tempo neste ponto), adaptarmo-nos mais eficazmente à diferença de
andamento quando corremos e quando andamos de bicicleta e sobretudo ponderar o
investimento no material específico para as actividades.
(a entreajuda entre participantes)
Finalmente,
queremos só destacar dois momentos que vivemos neste evento.
O
primeiro, a disponibilidade de várias pessoas em ajudar os novatos. Davam
dicas, perguntavam se era preciso ajuda e foram sempre muito atenciosas,
inclusivamente dando-nos contactos e informações sobre onde podemos arranjar
material e sobre outras provas onde poderemos participar.
O
segundo, termos tido a oportunidade de conhecer a Susana Simões e o Telmo
Veloso, dos “desafios a dois”. Foi ao ler uma crónica deles sobre a
participação numa etapa deste conjunto de eventos que tivemos conhecimento dos
mesmos e despertou a nossa curiosidade para participar. Depois, quando tentámos
fazer a inscrição para esta etapa de S. João de Ver, trocámos um email com eles
que nos ajudou. Já no ponto de partida, eles próprios tomaram a iniciativa de
se dirigir a nós quando chegaram já perto da hora da partida, pois reconheceram
o nosso nome nas camisolas que envergávamos. São uns excelentes atletas e
pudemos comprovar que são também umas excelentes pessoas, muito simpáticos e
disponíveis. Nos minutos que foi possível conversar antes da prova e depois
novamente no final, deram-nos algumas informações importantes, dicas e ainda
nos contaram um pequeno pormenor do seu início nos triatlos. A eles o nosso
muito obrigado!
(no final estávamos assim)
Concluindo,
demos o que conseguimos e viemos satisfeitos, ainda que sabendo ser possível
fazermos melhor. Fomos para testar e chegámos à conclusão que somos capazes,
mas temos de nos preparar melhor. Mas agora já sabemos como é. Vamos esperar
pela próxima etapa!
E
respondendo à nossa própria brincadeira que referimos no início: não é
maluquinho quem faz isto. Pode ser cedo, pode estar mau tempo, pode não ser
fácil. Mas ver o esforço e dedicação da organização amadora para que tudo corra
bem, conhecer novas pessoas com interesses semelhantes e com um espírito de
entreajuda fantástico e, no final, depois de apanhar vento, chuva, frio, andar
com os pés e as bicicletas enterrados em lama, cansados, sentir uma satisfação
e ter um sentimento de dever cumprido é algo que não se paga nem se troca por
nada!
(o último lugar foi nosso)
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