quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Xmas Trail

O trail é uma modalidade que tem crescido bastante nos últimos tempos, não só pelo nº de adeptos que tem cada vez mais captado, mas também pelo aumento da sua divulgação e cada vez maior nº de eventos organizados.

Apesar de alguns amigos, desde há algum tempo, nos tentarem convencer a experimentar o trail, sempre fomos (especialmente eu), algo reticentes a fazê-lo. Pensava sempre: para fazer trail é preciso treinar com frequência! Se não tenho grande tempo de correr durante a semana e as corridas de estrada já não são simples, principalmente as que têm percursos mais agressivos com frequentes subidas e descidas, correr no monte está fora de questão! Até porque, nesses percursos mais inconstantes, os joelhos também se começam a ressentir e, claro está, o que menos queremos é ter lesões! Não, trail, não é para mim, pensava e dizia eu! Contudo, para além de os amigos continuarem a insistir connosco, as mensagens que nos passam, como “correr no meio da natureza, ao contrário do que se pensa, é mais fácil, para além da envolvente que é muito mais agradável, o espírito de grupo é de uma grande entreajuda e maior convívio, etc”, o Pedro estava cada vez mais com vontade em participar neste tipo de provas. Eu, ao longo do tempo, comecei a colocar a hipótese de experimentar. No entanto, para começar, não poderia ser um percurso demasiado longo – no trail, os percursos ditos curtos, para mim, são demasiado longos… (+/-21Km)


Tendo conhecimento do treino de 9 km que iria haver em Perosinho, como preparação para o Xmas Trail 2013 que iria decorrer em Dezembro, nem hesitamos em nos inscrever. Apesar da dificuldade acrescida, pois este tipo de percurso obriga a trabalhar os músculos de forma diferente à corrida de estrada, gostámos, divertimo-nos e pensamos logo em repetir. O próximo passo seria então inscrevermo-nos na prova que iria decorrer no dia 22 de Dezembro, a qual teria, acima de tudo, um cariz social, a mães desfavorecidas do Centro Hospitalar Gaia Espinho.

Eis que chegou o grande dia! Entretanto acabou por não ser a 1ª prova do Pedro, dado que teve a oportunidade de participar no fim de semana anterior no Cantanhede Xmas trail race (além do trail do grupo desportivo dos quatro caminhos, em Junho). Mas foi a minha 1ª prova oficial e a dos 2 juntos.

fotografia de momentos do trail
Às 8h40 saímos de casa. E pelas 9h00 já estávamos no local da prova. Ainda deu tempo para ir ao café e voltar ao carro para os últimos preparativos para a corrida. Dirigimo-nos de seguida, e com algum frio, para o interior do pavilhão gimnodesportivo, onde se estavam a concentrar todos os atletas. A animação era grande e ajudava a aquecer o ambiente. Durante este tempo, iam aparecendo amigos e conhecidos a quem íamos acenando ou trocando umas palavras, enquanto tirávamos umas fotos, como habitual. A determinada altura fomos encaminhados para o relvado do campo de futebol, onde iria ser dada a partida. Durante algumas indicações que o speaker dava, ainda houve tempo para uns exercícios de aquecimento, também para “espantar” o frio que se fazia sentir. Pouco depois, ouve-se o sinal de partida. 

O 1º km foi ainda pelas redondezas, em asfalto, e apenas depois entramos no monte. Os dois primeiros Km’s passaram rapidamente. Nessa altura tivemos também de travar o ritmo, pois o local afunilava e praticamente se passava em fila indiana. O que até foi bom, deu para repor a respiração e as forças. E não foi só nesta parte do percurso, aconteceu algumas vezes, principalmente em subidas ingremes ou acidentadas. E muitas pessoas baixavam o ritmo, tal como nós. Isso permite não criar uma certa frustração por não conseguirmos fazer o percurso todo a correr. O trail é mesmo assim, dizíamos nós (ainda para mais, sabendo que estamos a dar os primeiros passos na modalidade).

fotografia de Carlos Coutinho Alves
Genericamente, o percurso pareceu-nos estar bem marcado, apesar de ter havido pessoas que se enganaram… Nas encruzilhadas havia ainda elementos do staff a indicar a direção a seguir. A contagem de Km’s também estava bem sinalizada. A determinada altura, comecei a fazer a contagem decrescente para o 1º abastecimento que seria ao km 8. Estava previsto haver aletria e bebidas. Quando vejo a placa a informar que faltam 200m, comento com o Pedro: “só faltam 200m para a aletria!”. No entanto, quando lá chegamos, qual não foi o nosso espanto, quando nos deparamos apenas com copos vazios. Nem água havia já. A justificação dada mais tarde foi de que a caminhada passou por aquele abastecimento, quando tal não estava previsto, e levou a essa rutura antecipada. Bem, ao menos, valeu-nos a mochila com água que, apesar da incerteza inicial, acabamos por levar às costas.

Lá seguimos então para a 2ª parte deste desafio: chegar ao 2º abastecimento ao km 13. Passada a 1ª parte do percurso em carrossel, a partir de agora, haveria a oportunidade de a corrida fluir mais, dentro do limite de cada um, claro. E, realmente, estes 5 Km’s fizeram-se com relativa facilidade e maior rapidez, apesar de continuar a haver perdas de ritmo em algumas subidas, que fizemos a passo rápido. Chegamos assim ao abastecimento, onde, desta vez, nada faltava: fruta, rabanadas e líquidos. E que bem que soube a laranjinha doce e suculenta nesta altura… Não perdendo muito tempo, pusemo-nos novamente a caminho da reta final. Faltavam apenas 2 Km’s que num instante se fizeram.

fotografia de Carlos Coutinho Alves
A meta seria dentro do pavilhão gimnodesportivo, onde estavam os computadores que cronometravam a chegada. Imediatamente antes, estava o speaker, já conhecido de outras corridas, a felicitar os finalistas. Também ele nos reconheceu de outras andanças, tendo até comentado: “estava a ver que não chegavam!”, dando a cada um de nós um caloroso Hi5. Sinceramente ainda não tinha percebido que estava na meta e, como tal, não tive a reação de fazer a habitual chegada de mão dada com o Pedro. Logo ali, havia o último abastecimento, com mais fruta, bolo-rei e líquidos.

Dirigimo-nos para dentro do campo do pavilhão para uns obrigatórios alongamentos. Simultaneamente, fomos falando com alguns amigos que por ali passavam também, a trocar opiniões sobre a prova. Neste dia, fica-nos um dos comentários na memória: “depois de fazer um trail, correr na estrada é para meninos!”. Foi sem dúvida um comentário inesperado e que nos fez realmente rir. Percebemos perfeitamente o intuito desta mensagem e sentíamo-la no corpo, principalmente nas pernas.

já a chegar à meta, apenas faltava entrar no pavilhão
Apesar de termos a possibilidade de usar os balneários do recinto para o ansiado banho, preferimos dirigirmo-nos ao carro para troca de roupa e rumarmos a casa, onde seria mais confortável tomar banho e com menos correntes de ar que se faziam sentir no pavilhão.

Gostamos e queremos repetir! Apesar de percebermos o que os nossos amigos nos diziam sobre as vantagens de fazermos o trail, pela nossa experiência em btt, sentimos exatamente a mítica que está por trás desta modalidade. Não havendo dores nos joelhos ou outro tipo de lesões, é objetivo para 2014 aumentar a nossa participação neste tipo de eventos.
 
no final, enquanto fazíamos alongamentos

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