terça-feira, 22 de julho de 2014

2ª meia maratona trail Trilho do Sarilho (24 de Maio)


O primeiro contacto com os trilhos de Cantanhede foi em Dezembro de 2013, no CxTR. Já na altura ficou a boa impressão dos locais e a vontade de lá voltar. E a oportunidade para tal surgiu bem rápido, apenas 6 meses depois, com a realização da meia maratona trail Trilhos do Sarilho. Decisão tomada, inscrições feitas e, finalmente, lá chegava o dia.

Depois de uns dias de chuva, o sábado apresentava-se com bastante sol. Chegámos cedo, e ainda bem, pois ou nós não tínhamos percebido bem o local do secretariado ou este tinha sido alterado (e pensamos que foi isto que aconteceu, pois outras pessoas estavam no mesmo local onde nos dirigimos inicialmente). Ao fim de algum tempo sem encontrar onde estavam a entregar os dorsais, lá decidimos consultar o email (maravilha das tecnologias, os smartphones e a internet móvel) e, depois de verificar os contactos da organização, fizemos o telefonema que rapidamente esclareceu tudo. Afinal o secretariado era noutro lugar, curiosamente o mesmo onde tinha sido o do CxTR, e por isso já conhecido, e onde também seriam os banhos, com um excelente parque de estacionamento.


 Depois de tudo tratado, onde além de recebermos os nossos sacos com as ofertas, entregámos também um saco com t-shirts e outro material desportivo para servir de oferta a instituições, pois este evento tinha também um cariz solidário, foi tempo de relaxar e fazermos todos os preparativos de equipamento, seguido de um pequeno aquecimento e o controle zero antes da partida do evento, no parque muito bonito, localizado entre o pavilhão e as piscinas e a estrada nacional que atravessa Cantanhede.

Depois da partida, uma volta completa ao parque, saindo de seguida em direcção à zona residencial para, apenas ao fim de pouco mais de 1 km, entrarmos em piso de terra e verdadeiramente nos trilhos. O sol continuava alto e a ausência de vento contribuía para que se fizesse sentir grande calor, que representou uma dificuldade acrescida logo desde o início.


 Nesta altura ainda praticamente toda a gente corria junta, excepção feita a uns quantos mais rápidos que tinham tomado a dianteira ainda dentro do perímetro do parque. Nós seguíamos perto da cauda do pelotão, fruto do nosso hábito de partir sempre do final do grupo bem como do ritmo que levávamos, que queríamos controlar desde cedo, pois esta era uma aventura de 21 km.

Apesar de as marcações nos levarem por muitos dos locais por onde o percurso de Dezembro tinha passado, ainda que desta vez o sentido fosse inverso, era como se esta fosse a primeira vez que por lá se passava. É completamente diferente fazer esta corrida durante o dia, com sol, e totalmente de noite, como tinha acontecido antes, no CxTR.


Lá fomos calcorreando km, ultrapassando dificuldades e passando por locais de extrema beleza natural, bem como por outros onde se notava claramente mão humana, nem sempre no bom sentido. O cansaço ia-se fazendo notar, mas as pequenas paragens para fotografias e, sobretudo, nos abastecimentos, bem localizados e com boa e variada oferta, permitiam que fossemos descansando e recarregássemos energias para prosseguir.

Desenganem-se aqueles que pensam que aquela zona, predominantemente plana, não tem subidas e descidas. Elas existem, são duras, difíceis mesmo, e a organização não se coibiu de as colocar no nosso caminho. Elas apareciam e lá tínhamos que as enfrentar e ultrapassar, para depois ter cuidados redobrados nas descidas, o que tornava o nosso ritmo mais lento do que poderíamos ter previsto. Como sabe quem nos conhece ou segue, nunca nos preocupamos com tempos e/ou ritmos. Apenas queremos completar os desafios, sem nos magoarmos, sem desistir e, preferencialmente, divertindo-nos. Apesar disto, sempre que vamos a um evento, falamos sobre qual o tempo que, em princípio, poderemos demorar a completá-lo. Para este, tínhamos pensado nas 2h30. Mas ao fim dos primeiros 10 km vimos que ia ser mais. Mas não nos preocupámos, seguimos ao nosso ritmo. Após as maiores subidas e uma parte em que se passava por um conjunto de pedras, em plano inclinado, rodeados (inclusivamente por cima) por vegetação e algumas silvas, e quando chegámos ao abastecimento final, esta constatação tornou-se mais que evidente. Provavelmente iriamos até ultrapassar as 3h de corrida. Mas sem stress. Comemos, bebemos, vamos continuar.


 Nos últimos km antes de chegar a este abastecimento, e enquanto aqui estivemos, sentimos um vento muito forte, de frente. Com todo o cansaço acumulado e com esta dificuldade acrescida, iria ser mais complicado chegar ao fim. Tivemos de ir buscar força extra para enfrentar o restante caminho, feito praticamente sempre na sombra, o que nos fez sentir algum frio e desejar acabar rápido. Mas não conseguíamos acelerar mais, estávamos efectivamente cansados. 

De repente, saímos de um trilho para entrar em asfalto, passar por baixo de uma estrada e subir uma rua em direcção a umas casas. Espera, isto já conhecemos, estamos perto. E, de facto, estávamos: após umas quantas curvas para outras tantas ruas, chegámos à zona residencial, a mesma que tínhamos atravessado no início, após a volta no parque. Voltámos a passar todas as casas e, logo na reentrada no parque, virámos à direita em direcção ao pórtico, ao controlo final, à tão desejada meta, ao fim de 3h a correr.


Depois de umas fotos finais, fomos ao banho quente nos excelentes balneários do pavilhão e, de seguida, fizemos uma pequena caminhada até ao salão dos bombeiros, onde a organização disponibilizou o jantar aos participantes que assim pretendessem. 

Finalmente, para acabar a noite, um pequeno passeio pelo centro da cidade e entrar num café para um gelado, uma bebida e assistir ao restante da final da liga dos campeões em futebol, antes de pegar no carro para o regresso a casa, para o merecido descanso dos guerreiros.  


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