Foi
no ano passado, precisamente por esta altura, que fizemos o nosso 1º duatlo. Nesse
momento pensámos: já fazemos btt há algum tempo e, recentemente, temos feito
umas corridinhas, porque não participarmos numa prova composta pelas 2
modalidades? E assim foi, inscrevemo-nos, participámos no desafio, gostámos,
não só pela experiência, mas pela fantástica organização, e pensamos em
repetir.
Um
ano passou e cá estamos nós, após a realização da mesma prova em 2014. Assim
que soubemos que abriram as inscrições, não perdemos tempo a formalizar as
nossas e a garantir a presença da P&A Team no evento. Apesar do Inverno
rigoroso que se tem vindo a sentir, ainda faltavam uns 2 meses para a prova e
pensamos: o tempo haverá de melhorar e, sabendo que a prova está agendada para
o início de março, contamos que a Primavera nos presenteie com a sua vinda
antecipada, como aliás aconteceu em 2013. A semana anterior até que não foi má
de todo, mas precisamente a dois dias do evento, as previsões meteorológicas
não eram nada animadoras, nem para o Carnaval, nem para este duatlo. Nós, como
apenas entramos nestas provas por gosto e apenas com os objetivos de nos
divertirmos e fazermos o nosso melhor – e chegar ao final sem lesões - combinámos: “Amanhã, se chover
torrencialmente e com chuva pesada, não vamos ao duatlo. Vemos como está o
tempo e logo decidimos o que fazer”. E assim foi: no dia seguinte, acordamos
bem cedo para que às 8h00 estivéssemos preparados para sair de casa, dado que,
apesar do dia cinzento, a chuva não era “pesada”.
Perto
das 8h30 estávamos a estacionar o carro, para nos dirigirmos ao secretariado para
o levantamento dos dorsais. Posteriormente, ainda tivemos tempo de ir tomar um
café relaxadamente e, ainda, decidir se participaríamos ou não na prova. É que,
uma coisa é começar uma prova com o tempo seco e, durante o percurso, começar a
chover. Outra coisa é começar uma prova já debaixo de chuva… não é nada
agradável nem motivador… Mas como o que estava combinado seria não entrar na
prova apenas se estivesse a cair chuva “pesada”, lá decidimos participar (até
porque já nos tínhamos levantado tão cedo e ido até Famalicão, não quereríamos
perder a viagem!).
Voltamos
assim ao carro para terminar de nos equipar e preparar o material necessário
para deixar no local de transição, nomeadamente, as bicicletas, os capacetes,
as luvas e uns calções almofadados, para o percurso de btt. Levamos ainda uma
caixa de plástico fechada com a devida identificação da P&A Team para que o
material não se molhasse demasiado, especialmente os calções. No entanto, para
nossa surpresa (coisa de novatos) não nos deixaram colocar a caixa dentro do
recinto, pois, sendo esta uma prova organizada pela federação de triatlo, todo
o material deveria ser uniforme e devidamente fornecido pela própria organização.
Com isto, fiquei dentro do recinto enquanto o Pedro foi ao carro levar a caixa
e trazer uns sacos plásticos para colocarmos o material, já que, após a saída
do recinto de transição, não poderíamos voltar a entrar. Foi mesmo no limite de
tempo que o Pedro apareceu com os sacos e eu, a correr, me dirigi junto das
nossas coisas e as coloquei devidamente nos plásticos fechados, enquanto a
organização evacuava já todo este recinto. Ufa… 1º prova superada!!! Eheheh
Com
isto, faltavam 9 minutos para o início do duatlo, composto, uma vez mais, por
um circuito de corrida de aproximadamente 5 km, outro de 20 km de bicicleta e,
por fim, um de 2,5 km de corrida.
E
sem a chuva parar, lá nos dirigimos para o local de partida, equipados a rigor:
impermeáveis – casaco e boné. Como sempre, ficamos no final do grupo. Ao sinal
de partida, lá começamos a corrida ao nosso ritmo. Uns metros em estrada, até
entrarmos no Parque da Devesa, onde a subida inicial
desde logo fazia alguma mossa, mas lá nos aguentamos sem parar. Duas voltas ao
parque, que totalizou pouco mais de 5 km, em que até nos saímos bem, com uns
orgulhosos 5,33/km.
Altura
agora de fazer a transição para a prova de btt. Entramos no recinto das
bicicletas, vestimos os nossos (sequinhos) calções, colocamos as luvas e o
capacete e partimos para a 2ª parte da prova. Mal sabíamos o que nos esperava…
Não obstante a limpeza e o alisamento de terras que a organização efectuou nos
dias anteriores, o trajecto estava quase impraticável, com muita, muita, muita,
muita, mas muita e muita lama!!!! Cansava só de ver!
Esta
parte era composta por 2 voltas a um percurso de aproximadamente 10 km. Assim
sendo, algum tempo após termos partido, passavam já por nós os primeiros
atletas na sua 2ª volta. Para não atrapalhar, à semelhança do que aconteceu no
ano passado, perdemos (mais eu) muito tempo a deixá-los passar. A determinada
altura senti mesmo uma sensação de dejá
vu, pois na prova anterior passei exactamente pelo mesmo: alguma frustração
por estar ali parada a ver os outros passar, mas a sentir que seria a minha
obrigação, dado que não estou a competir e não queria estar a estragar os
tempos dos outros… Contudo, a dificuldade do caminho, mais todos os tempos de
espera, levaram a que terminássemos a 1ª volta em 1h15. Ao longo dos trilhos
mais difíceis de transitar, em que tinha mesmo que ir a pé, só me ocorria: “só
de pensar que vou ter que passar por aqui outra vez…”. Eu e o Pedro falámos
algumas vezes em não fazermos a 2ª volta. Estava tão difícil de circular, que
talvez não fizesse sentido o esforço, ainda para mais, ao ter sido reconhecida
oficialmente como a última participante em prova, dado que a pessoa da
organização que fechava o grupo nos acompanhou nos últimos km. Bem, saindo do
mato, descemos em direcção ao local de transição e eu disse ao Pedro: “vamos à
2ª volta, a menos que não possamos, dado estarmos a demorar tanto tempo. Mas já
que nos levantamos cedo, já estamos molhados e sujos de lama, porque não fazer
até ao final? Não estamos em sofrimento por limite de esforço, vamos ao nosso
ritmo, não estamos com dores, “bora lá””. Ao que ele disse que não tinha sido
anunciado limite de tempo, pelo que poderíamos fazer nova volta. E foi assim
que, no local de decisão de ir para o local de transição, continuamos a prova em
direcção à 2ª volta de btt, debaixo dos olhares de surpresa de quem por ali
ainda estava a assistir. A pessoa que fechava o grupo lá nos acompanhou também
nesta 2ª volta. Apesar de lhe ter dito algumas vezes que não precisava de ir
connosco, pois não estávamos sozinhos, ele, com grande apoio, abertura e boa
disposição, lá nos acompanhou até ao final, cumprindo assim as regras a que uma
organização como esta obriga. Não podemos deixar, contudo, de agradecer toda a
sua paciência!
fotografia de Nuno Faria |
Nesta
2ª volta, as paragens ocorreram apenas quando a bicicleta ficava enterrada na
lama. Todos já iam à nossa frente, pelo que já não tive que parar para deixar
alguém passar. E, desta forma, apesar de termos demorado a fazer o percurso,
não foi tanto como na 1ª volta. No final, tivemos grande ovação de quem
esperava por nós – ser os últimos tem destas coisas...
E
já lá iam quase 3h de prova, mas ainda nos faltava o último desafio: 2,5 km de
corrida, isto é, uma volta ao parque! Ouvia-se uma voz “estes ainda vão
correr”… Mas, depois do percurso que tivemos de fazer de bicicleta, até fizemos
esta volta com um sorriso na cara. Estávamos contentes por estarmos a conseguir
cumprir mais um desafio, mesmo que em último lugar, pensávamos nós. Sim, porque
a 1 km da meta ainda passamos por um atleta e, afinal, conseguimos não ficar em
último lugar na classificação geral. Na verdade é praticamente a mesma coisa,
apenas ficamos surpreendidos por ainda termos encontrado um atleta em prova
(inicialmente até pensamos que já tinha terminado e andava apenas a relaxar os
músculos… eheheh). E na prática, muita gente ficou atrás de nós os 3: a
quantidade de participantes que desistiu a meio da prova bem como todos aqueles
que nem sequer apareceram.
No
final da (nossa) prova, já decorria a entrega de prémios. Comemos umas doces
laranjas e lá fomos arrumar as nossas coisas e tomar o tão desejado banho. O
pavilhão disponibilizado tinha umas excelentes condições: à entrada havia
mangueiras para quem quisesse lavar as bicicletas e, depois de tanta gente que
terá tomado banho antes de nós, a água estava quentinha, o que soube mesmo
muito bem!
Em
termos de balanço: apesar de não treinarmos para fazermos melhores tempos, a
verdade é que não gostamos de fazer pior do que nas vezes anteriores. No
mínimo, o mesmo tempo. Contudo, desta vez tal não aconteceu. Isso deveu-se a
vários factores: o 1º sem dúvida que de deveu ao piso no percurso de btt. Em
termos técnicos, este percurso seria de dificuldade baixa, mas a quantidade de
lama aumentou exponencialmente esse grau de dificuldade. Depois, se raramente
temos andado de bicicleta, particularmente no monte, também será de esperar não
encontrar facilidades. Ainda assim, sentimo-nos orgulhosos por termos ido até
ao final e por termos lido comentários de motivação a quem demorou o nosso
tempo a terminar a prova, e através dos quais a “carapuça nos serviu”: “lição de força e luta!”, “persistência
e coragem!”. Ainda para mais, se estivemos juntos em mais um desafio e se,
também juntos, nos divertimos enquanto o fazíamos, que mais motivação poderemos
querer?
fotografia de Rui Teixeira |
Que
venha o próximo!
Parabéns pela prova de coragem e de força de vontade. Também há campeões na cauda do pelotão e vocês são o exemplo disso.
ResponderEliminarobrigado, Diogo!
Eliminartentamos sempre dar o nosso melhor! (em vez de tentar ser melhor que alguém)
Parabéns pela coragem e vontade de enfrentar o desafio. Acho que é este espírito que queremos nos nosso eventos, oxalá mais participantes pensassem desta maneira. São estes relatos que nos fazem ficar muito bem com a vida, e apesar no nosso esforço e dedicação, são estas palavras que nos enchem a alma, fazendo as molhas e suor despendido na preparação e execução, meros exercícios de manutenção.
ResponderEliminarBem hajam,
Jorge Moniz - ADP Famalicão
obrigado nós, Jorge, não apenas pelas palavras que agora nos dirige mas por nos terem proporcionado a oportunidade de enfrentar e superar mais um desafio!
Eliminarno que depender de nós, iremos sempre tentar recrutar mais pessoas para este espírito.