Depois de uma semana praticamente
ininterrupta de chuva (tem sido a normalidade, este ano, não?) e de no sábado,
quando fomos a Branzêlo levantar os kit´s de participante, termos apanhado mais
chuva e muito frio, levantar no domingo, ainda de madrugada, para ir tratar dos
cães, e verificar que a água continuava a cair e que o frio se fazia também
sentir, era motivo mais que suficiente para voltar para o conforto da casa e o
quentinho da cama e passar, pelo menos uma vez, uma manhã inteira sem sair do
ninho. Mas isso não seria um desafio; desafio era, e foi, mantermos o plano
previsto e, assim, lá nos pusemos a caminho do II trail de santa iria.
Como lá tínhamos estado no dia
anterior, já conhecíamos o caminho e, por isso, foi fácil lá chegar. Apesar de
ser cedo, como chegamos sempre, havia já muita gente presente e,
consequentemente, muitos carros estacionados. Mas mesmo assim não tivemos
dificuldade em encontrar lugar, onde a viatura ficasse em segurança mas
sobretudo não fosse um estorvo para os residentes e transeuntes. Aqui tivemos a
ajuda de um local, pertencente à organização, que ao ver a nossa preocupação em
verificar se o carro estava bem aparcado e não atrapalhava a circulação e
segurança da via, nos disse, alto e claro: “amigo, aí está muito bem! Nesta rua
quase não há trânsito e além disso não fica de fora!”. É sempre bom sermos
recebidos com a expressão “amigo”, faz-nos sentir logo como se estivéssemos em
casa, além de começar imediatamente a compensar a deslocação a novos lugares.
Faltava cerca de hora e meia para a
hora da partida, o que deu tempo para passear um pouco, ver quem chegava, tomar
um café e um bolinho para começar a repor energias por antecipação, e ir
cumprimentando e trocando impressões com caras já conhecidas destas andanças e,
sobretudo, com os amigos que sempre encontramos em cada evento.
Neste entretanto, boas notícias. O céu
começava a clarear e dava lugar a um pouco de sol, além de a temperatura
notoriamente estar a querer subir. Parecia que nem tudo ia ser mau: já sabíamos
que devido às condições da semana anterior iríamos encontrar muita lama e água
pelo caminho (e não nos desiludimos) mas, pelo menos assim, tudo apontava para
que de cima não viesse mais líquido.
Depois de devidamente equipados e
preparados para o desafio deste domingo, as fotos da praxe, algumas cortesia de
outros participantes, a quem com todo o gosto retribuímos a gentileza e, após o
controlo zero, a espera pela largada para o nosso 2º trail em conjunto, desta
vez 13 km (que se vieram a verificar um pouco mais de 14…).
Início bem no centro da localidade, em
estrada de paralelo – molhada, o que para os ténis de trail não é o melhor,
obrigando a cuidados extra e, mesmo assim, verificando-se algumas pequenas
escorregadelas – descendo até à estrada nacional, atravessando-a para
imediatamente entrar no monte. Agora sim, era trail! E, em simultâneo,
começavam as dificuldades: lama, terreno pesado e uma grande subida, com grande
inclinação a partir do meio.
Como habitualmente, nos primeiros km o
pelotão compacto, sempre se vai encontrando mais pessoas conhecidas, algumas a
fazer a sua estreia, troca de piropos com outros participantes e os habituais
incentivos a quem já sentia dificuldades pela longa e exigente subida inicial.
Lamentavelmente, não levámos a máquina
fotográfica (avariou num dos últimos eventos de btt em que participámos) e
tínhamos os telemóveis dentro das mochilas, em bolsas impermeáveis, o que
tornava a logística de tirar fotos um pouco trabalhosa e demorada. Por este
motivo, não registámos os diversos locais de extrema beleza por onde o percurso
nos levou, desde vales com encostas super verdes até cimos de monte com vistas
para todos os lados, curvas de rio e, inclusivamente, uns bons km mesmo junto
ao rio Douro, a cerca de 1m da água.
Com maior ou menor dificuldade e
perícia, lá fomos galgando os km e ultrapassando as exigências do percurso. Nos
locais mais perigosos, sempre bem assinalados e em alguns casos com elementos
da organização, notou-se um grande espírito de
entreajuda, característico de actividades de montanha, mas que deveria
estar marcado em mais pessoas e, sobretudo, em mais desportos.
Chegada ao abastecimento intermédio,
com água e bebidas energéticas, mas especialmente bem dotado de reforço
alimentar, com frutas, marmelada e bolos variados. Cinco estrelas. Aqui a
dificuldade era não comer demais, pois ainda havia mais 5 km para o final.
O recomeço após o abastecimento foi um
pouco difícil. Apesar de a nossa paragem não ter sido demasiado longa nem
termos ingerido excesso de mantimentos, a verdade é que o frio que estava – é
certo que a temperatura estava melhor que nos dias anteriores, mas mesmo assim
não fazia calor – nos fez arrefecer um pouco. Este facto, aliado a que os
músculos relaxam um pouco com a pausa, torna um pouco penoso o reinício. Mas
após uns minutos mais lentos, foi possível encontrar de novo o nosso ritmo.
E, logo após termos contrariado este
pequeno torpor, eis que surge mais uma grande dificuldade: uma longa e
inclinada subida, primeiro em asfalto (onde até tinha uma aviso para os carros
devido à inclinação!) depois em terra e pedras, que nos levaria novamente quase
até ao topo da montanha, de onde depois desceríamos para a meta e o tão
desejado final.
Ou assim pensávamos! Quando, depois de
passar o topo, iniciámos a descida, pensámos que seria sempre assim até
terminar. Pois bem nos enganou a organização ao desenhar um percurso onde nos
pôs a descer mais do que seria necessário para a meta, para nos fazer terminar
o percurso com mais uma longa, estreita e inclinada subida, onde até quem ia de
bicicleta a dar apoio sentia algumas dificuldades.
Mas isto não nos tirou o ânimo nem o
espírito com que encaramos mais este desafio. Ainda tivemos tempo de sorrir
para as fotografias finais e brincar com os fotógrafos, terminando o nosso
percurso com a mesma boa disposição com que o tínhamos iniciado.
fotografia de wild |
No final, mais um excelente
abastecimento para repor as energias e, de seguida, pegar em tudo para nos
dirigirmos ao pavilhão onde seriam os banhos.
Neste ponto, os nossos dois
reparos/sugestões para a organização. O pavilhão era um pouco afastado do local
de início/fim do percurso. Por este motivo, foram disponibilizados autocarros que
faziam os transfers dos participantes entre um local e outro.
Apesar de ser uma fantástica ideia e iniciativa, a verdade é que se verificou
estar mal organizada. Estivemos muito tempo à espera do autocarro e acabámos
por decidir ir no nosso próprio carro, após pedirmos indicações sobre como lá
chegar. Ora acontece que os autocarros deveriam andar sempre um em sentido
contrário do outro, largando e apanhando pessoas ininterruptamente. O que
verificámos, quando nos dirigimos pelos nossos próprios meios, foi que a
determinada altura ambos os autocarros estavam a sair do pavilhão no sentido da
prova. Assim, tornava a espera demasiado longa para quem estivesse num dos
lados, sobretudo para quem estava a arrefecer após o final da corrida.
fotografia de corredor de montanha |
O outro reparo prende-se precisamente
com os banhos. Acabámos por não tomar banho no pavilhão e tivemos de o fazer
apenas após chegar a casa, quase uma hora e meia depois do final da prova (o
que, além de desagradável, é sobretudo prejudicial para a saúde). Acontece que
nos foi explicado pelo sr. do pavilhão, muito simpático e atencioso, que não
havia água quente. Isto foi-nos confirmado por duas pessoas que estavam nos
balneários e tinham experimentado a “ água gelada”, como referiram à saída. A razão prende-se com o facto de o aquecimento da água ser
feito por caldeira (cilindro) e não por gás (esquentador). Obviamente, quando
são demasiadas pessoas a gastar a água armazenada, entra nova água para
reabastecer. Esta nova água, além de estar fria e demorar o seu tempo até atingir
a temperatura ideal, vai também gelar a que se encontra ainda dentro da
caldeira. Assim, torna-se impossível a existência de água quente após um
determinado número de banhos. Sabemos que é difícil arranjar locais para banhos
para um evento deste tipo mas, a serem previstos e anunciados, que seja
escolhido um local onde este tipo de situação não se verifique.
Tirando estes dois pormenores, foi
mais uma manhã de trail fantástica, em que valeu bem a pena ter resistido ao
impulso de ter ficado em casa!
Venha o próximo!
Mas que belos sorrisos!! Não obstante os reparos 'organizativos' fica a sensação que desfrutaram bastante da prova.
ResponderEliminarMuitos parabéns a ambos!
olá!
Eliminarobrigado!
sim, divertimo-nos bastante!
os reparos fazem parte. nada é perfeito mas todos podemos melhorar, assim haja críticas construtivas e/ou sugestões.