quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

corrida dos reis - Aveiro

Aveiro é com toda a certeza uma das cidades mais bonitas do nosso pais. É também a cidade onde passo uma boa parte da minha vida profissional. Mas é, acima de tudo, a cidade que adoptei e que me adoptou como seu.

No entanto, ainda não tinha tido oportunidade de participar num evento de corrida neste local. Mas chegou Janeiro de 2014 e com ele a corrida dos reis / neon run e não podia deixar fugir esta hipótese. Tratei então da inscrição, apenas para mim pois a Anita ficaria em Lisboa no fim de semana, e estavam lançados os dados.

O dia chegou após uma semana de chuva e frio e a possibilidade de mau tempo durante o evento era grande. No entanto, tal como tem, felizmente, acontecido até agora, os deuses da corrida estiveram do nosso lado e não só não choveu como também o vento era fraco. Estava frio, é certo, mas não o frio dos dias anteriores; apenas um fresco que se fazia sentir se estivéssemos parados mas que em plena corrida não se notava.


Como sempre, dirigi-me cedo para perto do local onde seria a partida por forma a estacionar com calma e em lugar que fosse suficientemente perto para não perder muito tempo na deslocação a pé entre partida/chegada e o carro mas também suficientemente longe para não ficar encurralado com o corte de trânsito. Assim foi, deixei o carro no estacionamento do pavilhão dos Galitos, uma das entidades organizadoras do evento.

Faltava um pouco mais de uma hora para o início da corrida. Foi então tempo de realizar alguns telefonemas, para todos os amigos que também iam participar nesta corrida, para podermos combinar encontro antes da partida. Não seria possível fazermos o percurso juntos, pois são todos bem mais rápidos que eu, nem saberíamos se no final daria para nos juntarmos, mas antes com certeza que não perderíamos oportunidade de nos reunirmos.

Depois de tudo combinado, estava na altura de vestir o equipamento e colocar-me a caminho da zona de partida, junto da antiga fábrica de cerâmica Campos, onde aproveitei para tirar algumas fotos da praxe e descontrair na conversa com os amigos que entretanto iam chegando.


Um excelente ambiente fazia-se sentir por todos aqueles que se preparavam para participar nesta corrida. Além da alegria e boa disposição geral, as luzes que muita gente tinha e que faziam parte do pack de quem se inscreveu na neon run, davam um colorido extra e uma animação especial à avenida onde seria dado o tiro de partida e também onde seria cortada a meta.

A partida foi dada um pouco depois da hora inicialmente marcada, mas a organização tinha alertado para este facto, e então toda a gente se fez ao percurso estabelecido: duas voltas a um percurso de 5 km, que passava por algumas das zonas emblemáticas da cidade (estação CP, avenida principal, pontes, sé). Este evento incluía também uma caminhada, que partiu a seguir aos participantes da corrida, que consistia apenas numa volta ao mesmo percurso.

O início do percurso foi feito em grupo quase compacto, sem grandes dificuldades: uma pequena subida até à estação e depois a grande descida de toda a avenida até às pontes. Aqui começava uma pequena dificuldade, a subida até à sé. Depois a grande avenida dos liceus, plana e larga, novamente sem dificuldades, até à pequena mas inclinada subida que atravessa a linha de comboio. Virada à direita em direcção ao pingo doce onde havia um retorno que levaria de volta à passagem perto (não exactamente no mesmo local) da partida.


Aqui surgiria aquela que, para mim, foi a maior dificuldade. Tenho reparado ao longo do tempo me custa mais correr em circuito. Ou seja, se o percurso for sem grandes repetições (como por exemplo na meia maratona do porto, onde havia dois retornos, passando duas vezes no mesmo local mas em sentidos contrários) não tenho problemas. Agora se for um trajecto do tipo circular (como neste caso, em que parece que estamos a correr em pista, às voltas sem sair do mesmo lugar) já não gosto tanto e sinto-me fraquejar, ainda que acredito que seja sobretudo uma fraqueza mental.

Por este motivo, sentir maior dificuldade entre o 5º e o 7º km que, apesar de serem iguais ao 1º e 2º (isto é, pequena subida e grande descida), foram mais lentos e custosos. Mas entretanto convenci-me que não era fisicamente que estava mal, e sim psicologicamente, e obriguei-me a combater isso e voltar a um ritmo mais meu. 
 
E assim foi, depois de passar as pontes, na segunda subida para a sé, recuperei, recolei-me às pessoas junto das quais tinha feito toda a primeira volta, e voltei a sentir-me bem comigo próprio e com a corrida e retomei o meu ritmo, que não mais abandonaria até ao final. 


Nesta parte final ainda deu para conversar um pouco com um PT que ia a acompanhar uns seus atletas, incentivando-os e ajudando-os a manter o foco e, sobretudo, o ritmo e a não desistir. Fomos uma centena de metros a conversar sobre a corrida que estávamos a fazer mas também sobre outros eventos e outros desportos que ambos praticamos.

Já na última avenida, já em direcção à meta, consegui ainda aumentar um pouco o rtimo (foram cerca de 600 ou 700 m acima do meu normal), numa tentativa de recuperar o que tinha perdido no início da segunda volta, por forma a não fazer demorar mais que o habitual na distância. E, com isto, creio que provei que a minha quebra foi mesmo mental e não física, pois este aumento de ritmo foi feito sem grande sacrifício.

Depois de cortar a meta, foi ainda possível estar com os amigos novamente, que tinham feito entre 10 a 15 minutos menos que eu, mas que ficaram na conversa perto do final à espera de nos reunirmos.


De seguida voltei ao carro, fui tomar banho – e aqui uma nota para a organização, que considero ter falhado neste ponto: estando a partida/chegada situada mais ou menos a meio caminho entre o pavilhão e as piscinas dos Galitos, entidade organizadora como já referi, não foram disponibilizados balneários para os participantes; isto impede, desde logo, que interessados de outras cidades, um pouco mais afastadas, efectivamente participem: não é agradável fazer uma corrida, transpirar, às vezes até sujarmo-nos, e não poder tomar banho para trocar de roupa e poder usufruir, de seguida, das ofertas turísticas e gastronómicas dos lugares de realização dos eventos - e encontrar-me com um outro amigo (curiosamente o mesmo que tinha jantado connosco em Coimbra na semana anterior) para ir aproveitar uma bela pizza e uma champanhada num dos meus locais preferidos para este tipo de refeição: a Pizzarte.

Mais uma participação satisfatória num evento de corrida, desta vez numa cidade muito especial! 

Vamos à próxima!


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