Aveiro
é com toda a certeza uma das cidades mais bonitas do nosso pais. É também a
cidade onde passo uma boa parte da minha vida profissional. Mas é, acima de
tudo, a cidade que adoptei e que me adoptou como seu.
No
entanto, ainda não tinha tido oportunidade de participar num evento de corrida
neste local. Mas chegou Janeiro de 2014 e com ele a corrida dos reis / neon run
e não podia deixar fugir esta hipótese. Tratei então da inscrição, apenas para
mim pois a Anita ficaria em Lisboa no fim de semana, e estavam lançados os
dados.
O
dia chegou após uma semana de chuva e frio e a possibilidade de mau tempo
durante o evento era grande. No entanto, tal como tem, felizmente, acontecido
até agora, os deuses da corrida estiveram do nosso lado e não só não choveu
como também o vento era fraco. Estava frio, é certo, mas não o frio dos dias
anteriores; apenas um fresco que se fazia sentir se estivéssemos parados mas
que em plena corrida não se notava.
Como
sempre, dirigi-me cedo para perto do local onde seria a partida por forma a
estacionar com calma e em lugar que fosse suficientemente perto para não perder
muito tempo na deslocação a pé entre partida/chegada e o carro mas também
suficientemente longe para não ficar encurralado com o corte de trânsito. Assim
foi, deixei o carro no estacionamento do pavilhão dos Galitos, uma das
entidades organizadoras do evento.
Faltava
um pouco mais de uma hora para o início da corrida. Foi então tempo de realizar
alguns telefonemas, para todos os amigos que também iam participar nesta
corrida, para podermos combinar encontro antes da partida. Não seria possível
fazermos o percurso juntos, pois são todos bem mais rápidos que eu, nem
saberíamos se no final daria para nos juntarmos, mas antes com certeza que não
perderíamos oportunidade de nos reunirmos.
Depois
de tudo combinado, estava na altura de vestir o equipamento e colocar-me a
caminho da zona de partida, junto da antiga fábrica de cerâmica Campos, onde aproveitei
para tirar algumas fotos da praxe e descontrair na conversa com os amigos que
entretanto iam chegando.
Um
excelente ambiente fazia-se sentir por todos aqueles que se preparavam para
participar nesta corrida. Além da alegria e boa disposição geral, as luzes que
muita gente tinha e que faziam parte do pack de quem se inscreveu na neon run,
davam um colorido extra e uma animação especial à avenida onde seria dado o
tiro de partida e também onde seria cortada a meta.
A
partida foi dada um pouco depois da hora inicialmente marcada, mas a
organização tinha alertado para este facto, e então toda a gente se fez ao
percurso estabelecido: duas voltas a um percurso de 5 km, que passava por
algumas das zonas emblemáticas da cidade (estação CP, avenida principal,
pontes, sé). Este evento incluía também uma caminhada, que partiu a seguir aos
participantes da corrida, que consistia apenas numa volta ao mesmo percurso.
O
início do percurso foi feito em grupo quase compacto, sem grandes dificuldades:
uma pequena subida até à estação e depois a grande descida de toda a avenida
até às pontes. Aqui começava uma pequena dificuldade, a subida até à sé. Depois
a grande avenida dos liceus, plana e larga, novamente sem dificuldades, até à
pequena mas inclinada subida que atravessa a linha de comboio. Virada à direita
em direcção ao pingo doce onde havia um retorno que levaria de volta à passagem
perto (não exactamente no mesmo local) da partida.
Aqui
surgiria aquela que, para mim, foi a maior dificuldade. Tenho reparado ao longo
do tempo me custa mais correr em circuito. Ou seja, se o percurso for sem
grandes repetições (como por exemplo na meia maratona do porto, onde havia dois
retornos, passando duas vezes no mesmo local mas em sentidos contrários) não tenho
problemas. Agora se for um trajecto do tipo circular (como neste caso, em que
parece que estamos a correr em pista, às voltas sem sair do mesmo lugar) já não
gosto tanto e sinto-me fraquejar, ainda que acredito que seja sobretudo uma
fraqueza mental.
Por
este motivo, sentir maior dificuldade entre o 5º e o 7º km que, apesar de serem
iguais ao 1º e 2º (isto é, pequena subida e grande descida), foram mais lentos
e custosos. Mas entretanto convenci-me que não era fisicamente que estava mal,
e sim psicologicamente, e obriguei-me a combater isso e voltar a um ritmo mais
meu.
E
assim foi, depois de passar as pontes, na segunda subida para a sé, recuperei,
recolei-me às pessoas junto das quais tinha feito toda a primeira volta, e
voltei a sentir-me bem comigo próprio e com a corrida e retomei o meu ritmo,
que não mais abandonaria até ao final.
Nesta
parte final ainda deu para conversar um pouco com um PT que ia a acompanhar uns
seus atletas, incentivando-os e ajudando-os a manter o foco e, sobretudo, o
ritmo e a não desistir. Fomos uma centena de metros a conversar sobre a corrida
que estávamos a fazer mas também sobre outros eventos e outros desportos que
ambos praticamos.
Já
na última avenida, já em direcção à meta, consegui ainda aumentar um pouco o
rtimo (foram cerca de 600 ou 700 m acima do meu normal), numa tentativa de
recuperar o que tinha perdido no início da segunda volta, por forma a não fazer
demorar mais que o habitual na distância. E, com isto, creio que provei que a
minha quebra foi mesmo mental e não física, pois este aumento de ritmo foi
feito sem grande sacrifício.
Depois
de cortar a meta, foi ainda possível estar com os amigos novamente, que tinham
feito entre 10 a 15 minutos menos que eu, mas que ficaram na conversa perto do
final à espera de nos reunirmos.
De
seguida voltei ao carro, fui tomar banho – e aqui uma nota para a organização,
que considero ter falhado neste ponto: estando a partida/chegada situada mais
ou menos a meio caminho entre o pavilhão e as piscinas dos Galitos, entidade
organizadora como já referi, não foram disponibilizados balneários para os
participantes; isto impede, desde logo, que interessados de outras cidades, um
pouco mais afastadas, efectivamente participem: não é agradável fazer uma
corrida, transpirar, às vezes até sujarmo-nos, e não poder tomar banho para
trocar de roupa e poder usufruir, de seguida, das ofertas turísticas e
gastronómicas dos lugares de realização dos eventos - e encontrar-me com um
outro amigo (curiosamente o mesmo que tinha jantado connosco em Coimbra na
semana anterior) para ir aproveitar uma bela pizza e uma champanhada num dos
meus locais preferidos para este tipo de refeição: a Pizzarte.
Mais
uma participação satisfatória num evento de corrida, desta vez numa cidade
muito especial!
Vamos
à próxima!
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