As corridas de S. Silvestre são quase
míticas. Algumas mais que outras, é certo, mas ainda assim todas com uma aura
especial, seja pela altura do ano em que são realizadas, seja pela hora do dia
(da noite, melhor dizendo) em que se iniciam. Por esse motivo, toda a gente que
se inicia nas corridas sonha em um dia correr uma.
Enquanto o Pedro já tinha participado
por duas vezes na S. Silvestre do Porto, a Anita ainda não tinha tido
oportunidade de correr uma, fosse qual fosse. A verdade é que as duas em que
mais provavelmente participaríamos seriam Porto ou Lisboa, mas a realidade é
que as datas em que costumam ocorrer não se têm coordenado com as nossas
disponibilidades: a do Porto é sempre num fim de semana em que a Anita tem
compromissos de trabalho e a de Lisboa realiza-se sempre numa data em que
estamos ambos no Porto.
Desta vez, havia uma janela de oportunidade: a 36ª S. Silvestre cidade de Coimbra, marcada para uma data em que ambos estaríamos no Porto e não tínhamos quaisquer outros compromissos. Tomada a decisão, fizemos a respectiva inscrição e pagamento. E, chegada a data, lá partimos para a primeira S. Silvestre que correríamos juntos.
Chegámos cedo a Coimbra, pois apesar
de a prova apenas ter início pelas 18h30 (ainda que a partir das 17h30 houvesse
várias corridas para os mais jovens), era necessário levantar os dorsais, o que
teria de ser feito até às 16h. Por outro lado, como habitualmente, queríamos
chegar e poder estacionar calmamente e estar relaxados até à hora de tomar o
nosso lugar na partida.
Levantados os dorsais e estacionado o
carro, era tempo de irmos lanchar na esplanada bem na praça da República, onde
seria a partida/chegada da corrida e, depois, dar um pequeno passeio pelas
redondezas, nomeadamente pelo jardim da sereia, até à hora de vermos os mais jovens
de todos fazer a sua prova.
Depois foi voltar ao carro para a
troca de roupa para o equipamento de corrida e dirigirmo-nos então novamente
para o local de início para uns exercícios de aquecimento. Desta vez, o
aquecimento, contrariamente ao nosso habitual, incluiu mesmo uma corrida,
embora a ritmo lento, tal era o frio que se fazia sentir.
A partida deu-se à hora marcada e sem
grandes confusões, apesar do grande número de participantes. Começávamos no
sentido ascendente da avenida, mesmo à frente do teatro Gil Vicente,
contornando toda a praça para logo depois iniciarmos a descida de toda a
avenida até à rua da Sofia. Ou seja, primeiro km a descer e a convidar a ritmos
rápidos, mas era necessário poupar energias.
Depois de sair da rua da Sofia,
percorria-se a avenida Fernão Magalhães, passando pela estação de comboios,
largo da portagem e correndo sempre junto ao rio em direcção à rua do Brasil. E
a partir daqui começariam as dificuldades.
Uma primeira pequena subida, curta mas
inclinada, para acesso a uma outra subida, um pouco mais comprida mas menos
inclinada, seguida de uma outra ainda, mais curta mas ainda mais inclinada, até
entrarmos mesmo na rua do Brasil. Três subidas seguidas (ou uma com diferentes
inclinações?) que já fizeram as suas mossas em todos quantos pudemos observar.
Depois voltávamos à direita e podíamos
respirar durante umas centenas de metros, em que descíamos até ao abastecimento
de água, perto dos 5 km. A seguir, mais uma pequena subida, pouco inclinada e
curta, que passava mesmo junto da igreja de S. José e bastante perto do estádio
municipal. Chegando aos semáforos, curva à esquerda para uma pequena recta
plana, antes da maior dificuldade da noite: a longa e inclinada subida da rua
dos combatentes até ao jardim botânico.
Depois de passar o jardim, estávamos
já perto da chegada, já a víamos, mas ainda era necessário ir dar uma volta
pela rua de Tomar para contornar todo o perímetro do jardim da sereia, por
forma a entrar de novo na praça da república. Aqui chegados, uma semelhança com
a S. Silvestre do Porto: já estávamos ao lado da meta, mas teríamos de passar
por ela, descer a avenida Sá da Bandeira até à pequena rotunda, onde
invertíamos caminho para o lado ascendente, em direcção à meta, à frente do
teatro, o mesmo local de onde partíramos.
A nossa chegada decorreu sem qualquer
problema, com 50 minutos em 9 km, sendo praticamente metade a subir, recebemos
as nossas medalhas de finisher e umas garrafas de água, tiramos a foto da praxe
e dirigimo-nos ao carro (a correr para não arrefecer) para nos pormos a caminho
do pavilhão multidesportos, onde foram disponibilizados os banhos quentes a
todos os participantes.
Excelente
ResponderEliminarobrigado, João!
Eliminarpara quando uma experiência deste tipo?