ainda não se iniciou verdadeiramente, mas já arrancou
segunda-feira, 23 de maio de 2016
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
trail monte da lua (18 de julho)
Sintra.
Cidade e campo; serra, praia e mar; cultura, monumentos e natureza; um paraíso
a escassos km de Lisboa.
Vamos
lá algumas vezes em passeio, para descontrair e viver. Em desporto, não temos
aproveitado tanto quanto podíamos. Quanto devíamos. Apenas uma vez em btt, num
passeio entre amigos, e outra em corrida de estrada, no evento Running to the
Sunset. Faltava o trail…. Até agora. E que escolha!
Só
aquele ponto de partida, em pleno areal da praia das maçãs, é de ficar de
coração cheio. O cheiro da maresia no ar fresco da manhã e a vista da serra
para onde iríamos transportam-nos quase imediatamente para um mundo de
aventuras, onde somos capazes de tudo e o termo impossível não existe no
dicionário.
Os
primeiros metros de corrida em areia servem como chamada de atenção, ainda que
naquele instante ninguém se dê conta disso, para as dificuldades que iremos
sentir. A travessia do riacho que desagua naquele local, nem 100 m de percurso
feitos, simboliza a humidade que vamos ter ao longo de todas as cinco horas de
corrida. A pequena subida logo após esse riacho é uma ínfima amostra daquilo
que vai ser lutar com as arribas nos últimos km de prova. E, chegados ao cimo e
enquanto se dá aquela pequena volta “turística”, vendo ao longe o topo do monte
onde iremos passar e observando do alto o mar e as praias, temos a metáfora
perfeita para toda a beleza que iremos ver, mas mais que isso sentir. Sim,
porque a beleza desta terra sente-se mesmo.
Rapidamente,
apesar de sempre a subir, se sai da zona de casario para começar a serpentear
entre árvores e, quase sem darmos por isso, estamos a entrar na serra
propriamente dita. E nem reparamos que já estamos a ficar cansados, tal é a
envolvência que nos arrebata a cada passada, a cada km percorrido. No primeiro
abastecimento, com separação de percursos, é que damos conta: já estamos aqui?
Já passou este tempo? Ainda falta assim tanto para chegar lá acima? Mas o
entusiasmo é grande, por isso vamos lá!
É
redundante continuar a falar dos locais por onde se passa e continuamente
referir a beleza de cada um. Deve ser quase impossível (neste caso admitimos
que sim) encontrar em Sintra um sítio que não seja deslumbrante e arrebatador.
Mas a verdade é que a cada subida, a cada curva, a cada km ou hora passada, não
deixávamos de nos surpreender com o que víamos, com o que encontrávamos, com o
que sentíamos. E já conhecíamos, imaginem quem lá estava pela primeira vez –
bem, em boa verdade, alguns pontos também foram novidade para nós.
Em
algumas subidas era necessário parar um pouco para reagrupar, pois nas mais
longas tendíamos a separar-nos um pouco. Mas nunca ficámos tão longe que
perdêssemos contacto. Excepto talvez antes do abastecimento de sólidos, muito
bem guarnecido, com salgados, doces, frutas e bebidas diversas, em quantidade
suficiente para toda a gente, em que o afastamento foi um pouco mais longo. Mas
valeu a pena a espera, o descanso, para depois enfrentarmos juntos a descida de
downhill que se seguia, com tanta humidade a cair das árvores que parecia que
tinha começado a chover, apesar do muito sol e calor que fazia.
Depois
de mais uns trilhos fantásticos, uma pequena ligação de estrada num percurso
que reconhecemos, pois a corrida Running to the Sunset tinha lá passado, para
atravessarmos a nacional que nos levava em direcção ao mar, ao cabo da roca e
aos tão desejados – pensávamos nós – km finais.
Aqui
começava a parte mais dura desta aventura. Uns poucos km, sempre paralelos ao
mar, na direcção da meta, mas com subidas e descidas vertiginosas, tão
inclinadas que quase dava para saltar de um lado para o outro, em plenas
arribas. Não havia necessidade de, após 20 km de prova (mais para quem fez o
percurso longo), estarmos sujeitos a este sobe e desce desgastante e quase
impossível – sim, foi aqui que descobrimos que essa palavra não existe; não
desistimos e chegámos ao objectivo final. E, quando não estávamos a subir ou
descer uma arriba, estávamos a correr em areia. Como na travessia da praia
grande, em que descíamos as longas e inclinadas escadas de acesso a uma ponta da
praia para ter de atravessar toda a extensão do areal e sair na ponta oposta,
junto à piscina.
Depois
de uma corrida quase em plano, mas com terreno pesado, por ser areia, no cimo
da falésia, passamos novamente no sítio onde tínhamos corrido os primeiros
metros, com a praia e a meta já à vista. Apenas faltava descer o que tínhamos
subido, atravessar o riacho em sentido inverso e correr aquelas (penosas)
dezenas de metros pelo areal até passar o pórtico que nos permitia dizer
“Conseguimos! Chegámos! Sobrevivemos!”. Infelizmente, ambos fizemos isto mas
individualmente, pois nos últimos dois ou três km o cansaço toldou-nos um pouco
o julgamento e não os corremos juntos. Mas estivemos juntos no final e o
sentimento de dever cumprido, de superação, era comum.
fotografia de Paulo César Borges |
Prevenidos
como sempre, activámos o nosso plano para o resto do dia: fomos ao carro trocar
de roupa e voltámos para a praia para, enquanto recebíamos os participantes que
ainda continuavam a chegar, aproveitávamos o bom clima e fazíamos uma sessão de
crioterapia naquelas águas frescas.
fotografia de opraticante.pt |
Mais
tarde, já após a entrega dos prémios aos vencedores das diferentes categorias,
regressámos a casa para o retemperador banho e fomos repor energias com uns
belos petiscos.
E
ainda foi possível estarmos com o Rui e a Susana, que também tinham participado
no evento, e relaxar um bom par de horas em amena mas animada conversa à volta
de uma mesa de gin tónico e sangrias. Que mais se pode querer de um dia de
verão?
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
duatlo de vila real (28 de junho)
E
eis que mais um duatlo btt se apresentava no calendário. Fruto desta nossa nova
paixão e do incentivo dos amigos que tínhamos convencido a experimentar esta
modalidade em Famalicão, lá conseguimos juntar mais um grupo para nos
deslocarmos a Vila Real e participarmos neste evento. Novamente em estafeta,
para não ser demasiado duro e, assim, mais divertido e menos cansativo. Não
fazemos a prova juntos, mas estamos juntos antes e depois, e com companhia dos
amigos!
A
divisão de segmentos seria a mesma: Anita nas corridas, Pedro no btt. A outra
equipa, Time to Run, diferia um pouco daquela que participou no anterior: como
o Francisco não podia ir, foi o Nuno fazer o primeiro segmento de corrida,
ficando novamente o btt a cargo do Abílio e a última corrida para a Cláudia.
fotografia de Time to Run |
Num
dia fantástico de puro verão transmontano, a chegada ao local da partida, após
algumas voltas, deu-se sem problemas e o estacionamento revelou-se fácil. A
entrega dos dorsais é que foi demorada, parece-nos fruto de uma conjugação
entre alguma inexperiência e alguma desconcentração dos elementos que lá
estavam no momento. Um ponto a melhorar, com certeza. Excelente briefing
inicial por parte dos elementos da organização, que incluiu até uma pequena
encenação dos momentos de transição, para indicar a forma e pontos correctos do
procedimento.
A
Anita sofreu um pouco no primeiro segmento da corrida, pois o percurso
apresentava bastante desnível e o calor era muito intenso (e já aqui referimos
como ela tem mais dificuldades com temperaturas mais elevadas). Apesar de para
a Anita não ter sido um problema (nós corremos sempre com o cinto de
hidratação), ouvimos muitas pessoas queixarem-se da falta de abastecimento de
água, sobretudo pelo clima e dificuldade do trajecto, e, por isso, deixamos
aqui também a sugestão de revisão deste ponto à entidade organizadora.
Ultrapassando todas as dificuldades, sem desistir nem vacilar, ao fim de alguns
minutos sozinho no ponto de transição o Pedro viu a sua companheira de equipa
aparecer ao cimo da rua correndo na direcção do parque de transição, de onde pôde
então partir para cumprir a sua parte do percurso, em bicicleta. (sim, fomos a
última equipa a fazer a troca, e daí?)
fotografia de Time to Run |
O
percurso de btt era bom, com duas subidas muito duras, mas em compensação uma
passagem no parque da cidade e outra junto ao rio que eram de uma beleza
espantosa, já para não falar da vista fantástica que tínhamos lá do alto. Com
uma parte muito rolante por um caminho de uma antiga linha de comboio, no final
este percurso permitia uma boa média de andamento e quase sem dar por isso cumprir
as duas voltas e nova entrada no parque de transição para passagem do dorsal
para a Anita, que rapidamente iniciou a sua corrida final, agora bem mais
fresca pois na sua maioria era feita dentro do parque subterrâneo do shopping.
fotografia de Time to Run |
Em
alegre convívio final com os amigos enquanto assistíamos à chegada dos
restantes participantes, depois de recebermos o nosso brinde de finisher ainda
tivemos tempo de experimentar um miminho delicioso: banana assada com chocolate
e gelado! Hhhuuummmmm….
fotografia de Time to Run |
Depois
dos merecidos banhos, numas piscinas municipais com excelentes condições,
faltava apenas rumarmos ao centro da cidade na busca de um restaurante onde
pudéssemos apreciar a gastronomia típica, antes da viagem de regresso. E foi
tarefa superada, onde entre conversas e gargalhadas pudemos repôr devidamente
as energias despendidas em tão árdua prova!
terça-feira, 1 de setembro de 2015
marginal à noite (13 de junho)
Estamos
em crer que este é uma das corridas míticas do país. Pelo menos desde que
iniciámos a nossa participação neste tipo de eventos que ouvimos falar nela e
vemos pessoas com t-shirts alusivas à prova. Daí que era nossa intenção desde
há algum tempo participar, mas nunca tinha havido disponibilidade para tal. Ora
este ano essa situação alterou-se e devemos ter sido dos primeiros a efectuar e
validar a inscrição.
Apesar
de não ser muito longe da nossa casa de Lisboa, decidimos programar um dia
diferente e saímos cedo para Oeiras para aproveitar uma tarde relaxada numa
zona muito aprazível e o clima bom de verão (que afinal não se fez sentir). Por
isso, foi possível estacionarmos com calma e relativamente próximo da partida/chegada
e passearmos um pouco pelo jardim e pela praia (os dorsais já tinham sido
levantados na véspera, num processo super eficaz e rápido – bravo!).
Já
equipados e junto do local da partida, ainda foi possível observar os últimos
preparativos da organização e assistir à animação preparada para aquecimento e
motivação dos milhares de participantes. Também devemos referir que o acesso à
zona de partida, que era dividida entre quem corria com chip de cronometragem e
quem não o tinha, estava muito bem organizada, não havendo lugar a qualquer
tipo de confusão ou misturas.
O
percurso, sempre pela marginal em ida, retorno e volta, não plano e com algumas
inclinações que dificultavam o andamento (ainda para mais estando repleto de
pessoas) podia ter-se tornado maçador ou monótono mas isso não se verificou,
fruto não apenas da boa disposição de todos os participantes, da constante
alteração da paisagem visual pelo grande pelotão que corria mas também, e
sobretudo, das animações que a organização decidiu colocar ao longo do
percurso, como bandas, dj, tuneis de luz e até pessoas com fantasias, gaitas e
apitos que incentivavam e aplaudiam os corredores. Além do muito público que se
encontrava ao longo dos 5 km de marginal que faziam parte do percurso.
E
correr junto ao rio, com as luzes ao fundo, é lindo e inspirador. Assim nem se
dá conta dos km que passam nem sequer se repara que o ritmo é acima daquilo a
que estamos habituados, coisa que só reparámos no final, ao cortar a meta. E
finalizámos mesmo a tempo, pois alguns minutos depois, o tal clima de verão que
não se verificou – apesar de estar uma temperatura amena e agradável para
correr – piorou e começou mesmo a chover, quase estragando os nossos planos.
Sim,
porque como dissemos acima, tínhamos programado um dia diferente. Como esta
corrida é inserida nos eventos das festas locais, havia no parque tasquinhas e
divertimentos, e o nosso plano era ficar para comer uma bela sardinha assada
após a corrida. E com aquela chuva não dava…. A sorte foi que enquanto
trocávamos de roupa, dentro do carro, a água deixou de cair e foi possível
voltar ao plano original. No final do jantar, que correu como esperado, mais
uma enorme carga de água para nos lembrar que as alterações climáticas não são
uma falácia e que devemos todos proteger o ambiente e o nosso futuro. Mas mesmo
assim após alguma espera abrigados ainda conseguimos voltar ao carro sem nos
molhar e assistir ao fogo de artifício de encerramento das festividades antes
de voltarmos para casa.
Valeu
mesmo a pena participar nesta Marginal à Noite. Não é à toa que já tínhamos
ouvido falar tanto nela! Provavelmente vamos querer voltar…
fotografia da organização |
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
trail gd 4 caminhos (7 de junho)
Este
trail marcará sempre o aniversário da estreia na corrida em montanha: foi neste
evento em 2013 que o Pedro se iniciou no trail. Além deste motivo para voltar,
o local é, na zona do grande Porto, com certeza um dos mais bonitos para se
correr. E este ano, pela primeira vez aqui, a Anita poderia participar.
Logo
cedo, à chegada, já se fazia sentir um calor enorme, adivinhando-se uma manhã
muito quente, aumentando a dificuldade e tornando o desafio mais exigente. Pelo
menos na fila para levantamento dos dorsais (não nos foi possível ir no dia
anterior) estávamos na sombra; e ainda bem, pois esta operação revelou-se muito
demorada. Nós ainda nos conseguimos safar mais ou menos rapidamente (cerca de 30
minutos) mas as pessoas que foram chegando depois estiveram sujeitas a maior
demora, o que levou até a que alguns participantes do percurso longo não
partissem na hora correcta. Este será um ponto para a organização rever, e
estamos certos que o fará e que esta situação não se voltará a repetir.
Muita
animação na partida, que começou com alguns minutos de atraso, e já com muito
público presente. Primeiros km em alcatrão até se chegar aos trilhos, de onde
praticamente não se saía mais, excepção feita a pequenas ligações e, obviamente,
ao final.
Mais
um ano e a organização não decepcionou na escolha do trajecto. Claro que nesta
zona o difícil é andar por zonas que não sejam lindas, mas conseguir conjugar
locais de extrema beleza com partes para correr, descidas e as inevitáveis e
duras subidas, assim como zonas de sombra para dar algum descanso (e isto não
foi nada fácil, este ano) é um trabalho mais custoso. Mas o objectivo foi
cumprido! Pensamos que toda a gente gostou do percurso, independentemente da
distância em que tenha participado.
Como
sempre, fomos fazendo todo o percurso juntos, superando em conjunto todas as
dificuldades e partilhando um com o outro (e com mais umas centenas de
participantes) a montanha, o prazer, o bem estar e a satisfação de poder
usufruir de momentos destes! Mas nos últimos km, o Pedro afastou-se um pouco;
as subidas e descidas finais, o calor e o cansaço acumulado, aliados ao pouco
exercício que a Anita pôde fazer nas semanas anteriores, levaram a que ela
abrandasse o ritmo. Mas participarmos num evento destes e não cortarmos a meta
juntos estava fora de questão, por isso o Pedro, na chegada, parou e esperou
que ela chegasse para que de mãos dadas, na corrida como na vida, superassem
mais um desafio! E ainda filmou um pequeno vídeo do momento!
fotografia de João Alves |
Depois
de repormos energia com um excelente abastecimento final, foi tempo de rumarmos
ao pavilhão junto ao local de partida/chegada para o retemperador e
reconfortante banho, e voltarmos para junto da meta, onde estavam os nossos
amigos e, todos juntos, acompanharmos a chegada dos que ainda andavam nos
trilhos, fossem nossos conhecidos ou não. Porque o importante é que as pessoas
façam desporto, se aventurem, não desistam e superem os desafios que se
propõem.
o vídeo da nossa chegada
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