O
Btt solidário Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim era, mais que um passeio
de bicicleta pelos trilhos daquela região, uma forma de angariação de fundos
para ajudar a instituição em causa, pois a totalidade do valor de inscrição
(5€/pessoa) seria para lhes entregar. Nós decidimos aproveitar para ajudar
enquanto íamos, mais uma vez, ter oportunidade de pedalar em locais
fantásticos, que já conhecíamos de outros passeios. E, como nós, mais gente se
quis juntar, e ainda bem, pois assim foi possível angariar 2000€ que foram
entregues, via cheque simbólico, no final do passeio, ao comandante da
corporação.
Chegámos
cedo ao local da partida, o estádio municipal, pois ainda não tínhamos os
nossos dorsais e não queríamos correr o risco de ter de tratar de tudo apressadamente.
Por isso, com toda a calma, fomos ao secretariado tratar disso e depois, com
todo o tempo, fomos retirando as bicicletas do carro e preparando-nos a nós
também. Ainda deu tempo para conversar e tirar umas fotos.
Tivemos,
por isso, de aguardar pela partida, que foi dada apenas dez minutos depois da
hora marcada e sem grandes confusões. Foi bastante agradável ver famílias
inteiras a pedalar, crianças incluídas, pois mesmo sendo o percurso principal
de 30 km´s feito em ritmo de passeio, e não de competição, e não apresentar
grandes dificuldades, a organização marcou um segundo percurso de apenas 15
km´s e ainda mais simples de fazer.
Não
estava sol mas nesta altura o clima ainda estava bom, sem frio apesar de um
pouco encoberto. Apenas dez minutos depois de iniciarmos, reparámos que o céu
começava a estar mais escuro, sobretudo na direcção para onde seguíamos. E, sem
surpresa, cinco minutos depois começam a cair os primeiros pingos. Nesta fase
decidimos continuar, esperando que fosse apenas um pequeno aguaceiro.
O
passeio foi seguindo, sempre em trilhos de terra muito rolantes, em que as
maiores dificuldades foram apresentadas pela lama que se apresentava, reflexo
ainda das chuvas das semanas anteriores, mas agora ajudada também pela chuva
que caia cada vez mais. Decidimos, ao fim de cerca de meia hora, parar para
vestir os impermeáveis, pois não só a chuva persistia como também começávamos a
sentir algum frio.
Esta
paragem fez com que nos atrasássemos em relação ao grosso do grupo, ficando
apenas na companhia de alguns participantes que, como nós, tinham feito
paragens, ou que, por qualquer motivo, vinham mais lentamente ainda. Mas isto
não representou qualquer problema pois todo o percurso estava bem marcado e
facilmente o seguimos.
Todo,
viemos a descobrir que não. O que estava programado era fazer a junção dos dois
grupos que tinham feito os diferentes percursos numa estalagem já perto da
cidade, para depois todo o grupo se dirigir ao quartel dos bombeiros, onde
seria o final do passeio. No entanto, devido à forte chuva que entretanto
começou a cair, para que os que tinham andado mais rápido não ficassem parados
à espera, decidiram ir andando para o quartel. Ficou gente junto à referida
estalagem para avisar todos os restantes participantes, que iam chegando
assiduamente, que teriam de seguir. O problema revelou-se aqui. O percurso até
ao quartel não estava marcado, pois deveria ser guiado. O que levou a que
algumas pessoas, como foi o nosso caso, fossem seguindo outros, mas sem saber
se eles saberiam o caminho. A determinada altura, perguntamos a um grupo se
sabiam o caminho, e indicaram-nos que sim, e que podíamos ir com eles, mas
seguiram com tal ritmo que não nos foi possível fazê-lo.

Fomos
andando pela marginal da Póvoa, na esperança de encontrar alguém ou vermos
alguma indicação direccional para o quartel. Não encontrávamos e, como chovia
cada vez mais e estava cada vez mais vento, decidimos virar para uma avenida em
direcção ao interior, para nos dirigirmos ao local onde tínhamos o carro e dar
por terminado o nosso passeio, sem ir ao quartel dos bombeiros nem aproveitar o
pequeno lanche que estaria preparado ou assistir à entrega do donativo
angariado.
Por
acaso, nesta avenida, avistámos um rapaz que tinha na bicicleta um dorsal do
passeio e que, sendo da zona, conhecia o caminho (incluindo um atalho) que nos
permitiu lá chegar e, assim, concluir todo o passeio previsto. Chegados ao
quartel, pudemos então comer uma fatia quentinha de bolo, fazer a foto final e
conviver um pouco, antes de começarmos a sentir o frio normal de quem estava
todo molhado.
Decidimos
então fazer o percurso de regresso ao ponto inicial, cerca de 3 km´s, para
guardar as bicicletas no carro e poder usufruir dos banhos quentes nos
balneários com excelentes condições do estádio municipal.
Depois,
o regresso a casa para almoço e uma tarde de descanso, desta vez apenas a ver a
chuva cair lá fora sem termos de levar com ela!