Finalmente
tinha chegado o dia do maior desafio que até agora nos propusemos: a meia
maratona do Porto.
Na
noite anterior alguns cuidados com o jantar, para não arriscarmos algo
fazer-nos mal, e uma pequena volta antes de recolher a casa mais cedo que o habitual
para repousar.
A
manhã começou bem cedo, como de costume, para tratarmos de tudo antes de sair
de casa atempadamente para fazer o caminho de carro até junto da meta, onde
tínhamos decidido estacionar e tomar um dos autocarros que a organização disponibilizava
para conduzir os participantes ao local da partida. Pelas 9h, já tínhamos o
carro estacionado e esperávamos na fila para seguirmos viagem.
A
chegada ao local de início, junto da ponte do freixo, com larga antecedência
(ainda nem sequer estavam a deixar entrar os atletas para os respectivos
espaços de partida – divididos conforme o tempo previsto para completar o
percurso; o nosso era o último, dos mais lentos) permitiu-nos estar calmamente
a apreciar a paisagem, o dia fantástico que já estava (e cujo calor viria a ser
uma dificuldade extra para os corredores) e tirar fotografias, enquanto íamos
também encontrando amigos e conhecidos e trocávamos algumas palavras com eles.
Na
hora marcada lá foi dada a partida e toda a enorme massa humana que se dispôs a
participar neste evento iniciou o movimento, acabando com a espera mas
sobretudo gerando uma onda de pessoas que deu origem a imagens fantásticas (a
maioria guardada apenas nas nossas memórias mas algumas podem ser vistas no
site da runporto).
Os
primeiros km´s foram feitos sem dificuldade. Estávamos frescos, havia muita
confusão, o que obrigava a maior atenção, e ainda estávamos dentro da nossa
zona de conforto.
Um
pouco depois de passarmos o km 5, eis que surgem em sentido contrário os
corredores que naquele momento se encontravam na liderança: seis atletas
africanos que iam já nos 11 km´s, com cerca de 30 minutos de corrida. Se até
aqui ainda sentíamos que corríamos todos na mesma direcção, a partir daqui foi
uma constante de umas pessoas a correr para um lado e outras para outro.
O
primeiro retorno, pelo km 8, e todo o percurso até voltarmos a passar o
tabuleiro da ponte Luís I, foram sempre sem quaisquer problemas, sem dificuldades
de maior. A partir da ponte é que começamos a sentir os efeitos da distância
mas, sobretudo, do calor.
Os
abastecimentos de líquidos que a organização disponibilizou de 5 em 5 km´s
foram suficientes (ajudados claro pelo cinto de hidratação que sempre levamos)
para que não tivéssemos qualquer efeito de desidratação. No entanto, o calor,
sem vento, realmente incomodava, o que levou a que sempre que víamos uma
sombra, tentássemos correr por lá, ainda que, como aconteceu em duas situações,
o piso aí não fosse o melhor.
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fotografia de runporto |
No
segundo retorno, a distância entre nós, sem que nos tivéssemos apercebido
disso, era de cerca de 500 metros. Por este motivo, aproveitamos o
abastecimento do km 15 para fazer uma pequena paragem para ingerir uma bebida
isotónica e água e reagruparmos.
Voltamos
a correr juntos, já em direcção à meta, apesar de ainda faltarem alguns km´s. Já
estávamos fora da nossa zona de conforto mas ainda dentro do máximo que
tínhamos corrido nas semanas anteriores (fomos duas vezes aos 18 km´s e outras
duas aos 15). Sentíamos que já não faltava muito mas ainda tínhamos de lutar
para lá chegar.
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fotografia de runporto |
É
um facto que correr com música é mais agradável mas também que custa menos.
Seja por irmos mais concentrados no som e menos no percurso, seja porque
seguimos o ritmo da batida, seja por outro qualquer motivo, a verdade é que nos
parece melhor. Habitualmente, apenas usamos música quando corremos sozinhos;
sempre que estamos juntos não o fazemos. Mas desta vez, por ser uma distância
mais longa, decidimos que sim, cada um levava o seu som.
E
assim, correndo e ouvindo música, nos fomos aproximando da meta. Ainda
reabastecemos de água no último ponto, ao km 20, e depois sempre em direcção ao
cumprimento de um objectivo, de mais um desafio, desta vez um grande desafio.
Como
já vem sendo hábito neste tipo de provas cortámos a meta em simultâneo e de
mãos dadas, recebendo inclusivamente um cumprimento do speaker oficial do
evento.